Rádio de Bissau retomou emissão após silêncio em apoio a comentador

A Rádio Bombolom FM retomou hoje a emissão na capital da Guiné-Bissau, depois de ter estado em silêncio desde sexta-feira, em solidariedade com um comentador interrogado pelos militares após criticar a promoção de oficiais.

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Lusa
16/09/2013 10:18 ‧ 16/09/2013 por Lusa

Mundo

Bombolom FM

A música e informação em crioulo voltaram a estar no ar esta manhã, na frequência de 106.2, pondo termo a três dias de silêncio, tantos quantos os dias em que Justino Sá foi intimado pelas autoridades militares.

Em comunicado, a estação refere que retoma a emissão depois de o Tribunal Militar ter decidido, na sexta-feira, remeter o processo para o Ministério Público, o que é considerado "uma evolução positiva do caso".

"A Rádio Bombolom FM, agradece a solidariedade de todos aqueles que, direta e indiretamente, se juntaram a ela, nesta luta, pela afirmação da liberdade de expressão", acrescenta o comunicado.

De acordo com Paulino Mendes, advogado de defesa de Justino Sá, o comentador é acusado "dos crimes de difamação das instituições das Forças Armadas e ofensa ao prestígio das instituições".

Em causa estarão críticas feitas num programa de rádio, no sábado, dia 06, às recentes promoções de 18 oficiais, entre os quais o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai, líder dos militares que tomaram o poder num golpe de Estado em 2012.

O defensor referiu que o comentador não sofreu qualquer "tortura física" desde que começou a ser questionado, na quarta-feira, pelos serviços de contra inteligência militar, mas escusou-se a detalhar o que se passou nos interrogatórios.

Abdu Mané, Procurador-Geral da República (PGR) da Guiné-Bissau, referiu à agência Lusa que o processo já foi entretanto despachado para a Vara Crime de Bissau, onde a queixa será averiguada por um magistrado do Ministério Público.

"Já é bom, na minha perspetiva, o Tribunal Militar reconhecer que não é competente para julgar o processo", referiu Abdu Mané, exprimindo a sua opinião pessoal sobre o caso: "há que se respeitar o princípio da liberdade: quem não quiser ser criticado, deve deixar os cargos públicos".

"Eu próprio já fui fustigado nesse programa", numa alusão ao espaço de comentários em que Justino Sá intervém, concluindo: "é normal estarmos sujeitos a críticas".

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