POUPANÇA NO MINUTO
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Mulher fala de mortes, violação e gravidez às mãos de soldados de Myanmar
Centenas de milhares de membros da comunidade rohingya fugiram da opressão do regime de Myanmar.
© Reuters
Mundo Sky News
A perseguição à comunidade rohingya em Myanmar fez com que centenas de milhares de pessoas fugissem do país e vivam hoje em campos de refugiados. Da perseguição e do conflito chegam ainda histórias de barbárie.
A Sky News revela a história de uma mulher rohingya que não quis revelar o seu nome e que vive atualmente num campo de refugiados com a família.
Enquanto dava entrevista à cadeia de televisão britânica, esta mulher pediu às duas filhas, de oito e cinco anos de idade, que saíssem da tenda para que ela pudesse contar o que sofreu.
Quando os militares chegaram à sua aldeia, os homens da aldeia foram torturados e alguns baleados mortalmente. Houve também crianças queimadas vivas.
Shafika (nome falso), de 27 anos, tinha o seu filho de apenas dois anos de idade consigo quando os militares a agarraram. Mataram-lhe o filho à sua frente e, de seguida, cinco militares violaram-na. Se tivesse veneno consigo na altura, admite, teria posto fim à própria vida.
O marido de Shafika carregou a mulher às costas até à fronteira quando fugiram. Mas pouco depois de chegar ao campo de refugiados, descobriu que estava grávida.
O bebé que nasceu desta violação tem agora dois meses. Embora seja tabu para muitos rohingya, Shafika admite que ponderou abortar. O parto em particular foi bastante traumático: "Lembrei-me do horror da violação enquanto dava à luz", lamenta.
Apesar de tudo, realça, o bebé "é inocente". Está bem de saúde, após ter nascido no campo de refugiados no Bangladesh onde, apesar das condições difíceis, apesar de tudo estão em segurança, longe da brutalidade do regime de Myanmar.
Mas se depender de Shafika, o menino nunca vai saber as circunstâncias de violência em que foi concebido.
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