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Trump ataca procurador-geral que se diz pronto para resistir a pressões

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou na quinta-feira o procurador-geral, Jeff Sessions, que reagiu declarando-se preparado para resistir a pressões políticas.

Trump ataca procurador-geral que se diz pronto para resistir a pressões
Notícias ao Minuto

07:08 - 24/08/18 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Trump avisou que os mercados financeiros vão "cair a pique" se vier a ser destituído.

"Toda a gente vê o que se passa no Departamento da Justiça. Agora, meto sempre 'justiça' entre aspas", declarou o chefe de Estado norte-americano ao canal televisivo Fox News.

Trump critica regularmente Jeff Sessions, republicano ultra-conservador, por se ter escusado a presidir à investigação sobre a suspeita de ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, que decorre sob a supervisão do seu departamento.

"Enquanto eu for o procurador-geral, os atos do Departamento da Justiça não serão indevidamente influenciados por considerações políticas", disse Sessions a propósito dos comentários de Trump.

Por coincidência de agenda, os dois homens tiveram pouco depois de se sentar à mesma mesa, numa reunião na Casa Branca, mas evitaram cuidadosamente o tema, segundo o 'site' Axios, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

Donald Trump também falou à Fox News sobre a questão de uma eventual destituição, um procedimento situado na encruzilhada da política com o direito.

Nos Estados Unidos, o 'impeachment', ou impugnação de mandato, decorre em duas etapas: primeiro, a Câmara dos Representantes deve votar uma acusação e, depois, cabe ao Senado julgar o Presidente, podendo condená-lo, por uma maioria de dois terços dos votos, ou absolvê-lo.

Esta ideia mantém-se, por enquanto, meramente hipotética, já que as duas câmaras do Congresso são republicanas e ainda leais a Donald Trump, mas nas eleições intercalares marcadas para novembro esse cenário poderá mudar.

Além disso, a questão da destituição voltou à atualidade desde que o antigo advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, afirmou na terça-feira, sob juramento, ter comprado o silêncio de duas presumíveis amantes do multimilionário, a seu pedido, para não comprometer a sua campanha presidencial em 2016.

Cohen aceitou um acordo de negociação de pena com as autoridades, que poderá levá-lo a cooperar com o procurador especial Robert Mueller, encarregado da investigação sobre o caso da eventual ingerência russa.

No âmbito do inquérito de Mueller, o antigo diretor de campanha de Trump, Paul Manafort, foi na terça-feira considerado culpado de fraude fiscal e bancária.

Uma nova frente abriu-se na quinta-feira, com o anúncio por diversos órgãos de comunicação social norte-americanos de que o diretor do tabloide National Enquirer, David Pecker, está a colaborar com as autoridades sobre o caso das alegadas amantes.

O seu semanário tinha assegurado o exclusivo do relato de uma delas, a modelo da revista Playboy Karen McDougal, por 150.000 dólares.

Numa gravação realizada por Michael Cohen sem o conhecimento de Donald Trump, dois meses antes das presidenciais de novembro de 2016, pode ouvir-se os dois homens, Pecker e Trump, falar sobre a compra dos direitos.

"Não sei como é que se pode destituir alguém que está a fazer um ótimo trabalho", disse Trump à Fox News, a estação preferida dos conservadores.

Rudy Giuliani, advogado pessoal de Donald Trump, negou categoricamente a perspetiva de uma destituição.

"Ele não esteve em conluio com os russos, ele não fez obstrução à justiça. Tudo o que Cohen disse foi desmentido. Estariam a destituí-lo apenas por razões políticas, e o povo americano revoltar-se-ia", declarou à estação televisiva britânica SkyNews.

Inquirido sobre o caso de Paul Manafort, cuja sentença não é ainda conhecida mas corre o risco de ser de vários anos de prisão, Trump recusou-se a dizer se está ou não a equacionar conceder-lhe um indulto presidencial.

Mas deixou-lhe ainda um elogio, depois de ter afirmado que a sua condenação era "uma vergonha" ocorrida no âmbito da "caça às bruxas" levada a cabo pelo procurador especial Robert Mueller.

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