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Ex-diretor da CIA diz que Trump trabalhou com russos. "Está desesperado"

O ex-diretor da CIA John Brennan afirmou hoje que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu retirar-lhe as credenciais de segurança porque a sua campanha fez conluio com os russos para influenciar as eleições de 2016 e agora está desesperado.

Ex-diretor da CIA diz que Trump trabalhou com russos. "Está desesperado"
Notícias ao Minuto

14:51 - 16/08/18 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Estas declarações de John Brennan foram hoje publicadas num artigo de opinião no jornal The New York Times e surgem um dia depois de Trump ter revogado o acesso a segredos de Defesa deste ex-diretor da CIA (Agência Central de Informações, serviços secretos norte-americanos), um antigo conselheiro do Presidente democrata Barack Obama e um reconhecido e frequente crítico do magnata republicano, eleito em 2016.

Tal autorização, cuja revogação foi anunciada na quarta-feira pela porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, dá aos altos responsáveis que dela beneficiam acesso a informações sensíveis e confidenciais, mesmo depois de terem cessado funções.

No artigo de opinião, John Brennan referiu que as alegações de Trump de que não existiu conluio com a Rússia são "tretas" e que a única questão que continua por responder é se esse conluio representa uma "conspiração criminalmente responsável".

"Trump ficou claramente desesperado em proteger-se a si próprio e a todos aqueles que estão próximos de si, e foi por isso que tomou esta decisão politicamente motivada de revogar a minha credencial de segurança numa tentativa de silenciar outros que pudessem ousar desafiá-lo", escreveu Brennan.

Antigo diretor da CIA em exercício entre 2013 e 2017, John Brennan continua a ser uma voz respeitada no meio político norte-americano, não poupando críticas a Trump.

No mês passado, Brennan condenou o inquilino da Casa Branca, após o encontro deste, em Helsínquia, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, durante o qual o multimilionário norte-americano adotou uma postura considerada demasiado conciliadora em relação ao dirigente do Kremlin.

Brennan classificou a "performance" de Donald Trump na capital finlandesa como "nada menos que um ato de traição".

"Não só as afirmações de Trump foram imbecis, como ele está totalmente nas mãos de Putin", escreveu então o antigo diretor da CIA na sua conta da rede social Twitter.

John Brennan reafirmou igualmente, em diversas ocasiões, a realidade de uma ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, rejeitando as dúvidas avançadas por Trump sobre essa questão.

Na quarta-feira, quando anunciou a revogação, Sarah Huckabee Sanders leu um comunicado de Trump em que este justificava a sua decisão com "os riscos que representam a conduta e o comportamento erráticos" de John Brennan.

"Historicamente, os antigos diretores dos serviços secretos e das agências de segurança eram autorizados a conservar o acesso às informações classificadas como segredos de Defesa", recordava no texto, sublinhando que esta tradição tinha sido agora posta em causa.

A agência norte-americana Associated Press (AP) referiu hoje que Donald Trump estabeleceu uma linha direta entre a revogação da autorização de Brennan e a investigação federal sobre a inferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, ao afirmar ao jornal The Wall Street Journal que a investigação é uma "farsa", bem como as pessoas que a lideram.

"Então, acho que era algo que tinha de ser feito", disse Trump.

A investigação federal sobre a ingerência russa é conduzida pelo procurador especial Robert Mueller.

Na sequência desta investigação federal, o Departamento de Justiça norte-americano acusou formalmente, em julho passado, 12 agentes dos serviços secretos russos de terem lançado ataques informáticos contra vários órgãos do Partido Democrata para roubar e divulgar documentos.

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