Interrogatório de um jornalista dos EUA em Israel foi um "erro"
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou hoje que o interrogatório a que foi sujeito um jornalista norte-americano à chegada a Israel se deveu a um "erro administrativo", indicou o seu gabinete em comunicado.
© Reuters
Mundo Netanyahu
Peter Beinart descreveu num artigo no The Forward, jornal judeu norte-americano publicado em Nova Iorque, como foi interrogado sobre as suas opiniões políticas no passado domingo, durante uma hora, por um agente do Shin Beth, os serviços de segurança interna, à sua chegada ao aeroporto Ben Gurion.
Defensor do boicote aos produtos provenientes dos colonatos israelitas implantados na Cisjordânia, um território palestiniano ocupado por Israel, Beinart contou ter sido interrogado "uma e outra vez sobre os nomes das organizações 'repreensíveis' às quais estava associado".
O jornalista, que afirmou ter ido a Israel por razões familiares, classificou a conversa como "deprimente, mas não assustadora".
"O primeiro-ministro soube que o senhor Beinart foi questionado no aeroporto Ben Gurion. Ele falou imediatamente com os responsáveis das forças de segurança israelitas para saber como tal coisa pôde acontecer. Foi-lhe respondido que se tinha tratado de um erro administrativo", lê-se no comunicado.
"Israel é uma sociedade aberta que recebe tão bem aqueles que a criticam como aqueles que a apoiam", garantiu Netanyahu.
Peter Beinart reagiu na sua conta da rede social Twitter considerando que o chefe do Governo israelita "pediu meias-desculpas".
"Aceitarei as suas desculpas quando ele as pedir a todos os palestinianos e palestino-norte-americanos que suportam todos os dias coisas bem piores", acrescentou.
Em março de 2017, o parlamento israelita aprovou uma lei proibindo a entrada em Israel dos apoiantes do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel), que luta contra a ocupação dos territórios palestinianos.
O BDS inspira-se na luta realizada contra o regime de apartheid na África do Sul.
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