Os médicos não acreditavam que visse o veredicto mas Dewayne viu
O jardineiro Dewayne Johnson, de 46 anos, é pai de dois filhos e está em fase terminal. Na sexta-feira, venceu um caso comparável a David contra Golias.
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Mundo Estados Unidos
Dewayne ‘Lee’ Johnson, de 46 anos de idade, é o antigo jardineiro de escola que aparece, desde sexta-feira passada, nas notícias de todo o mundo. A lutar contra um cancro, os médicos acreditavam que não ia viver tempo suficiente para ver o seu caso chegar a um veredicto, mas enganaram-se.
Na sexta-feira, recorde-se, um tribunal de São Francisco, nos Estados Unidos, condenou o gigante agroquímico norte-americano Monsanto a pagar 290 milhões de dólares (253 milhões de euros) por não ter informado sobre os perigos do herbicida Roundup, na origem do cancro desenvolvido por Dewayne.
O homem, que tem um cancro em fase terminal, trabalhava numa escola na Baía de São Francisco, na Califórnia, e vaporizou com o herbicida Roundup durante vários anos. Foi diagnosticado com um Linfoma não Hodgkin (cancro incurável do sistema linfático) em 2014 e em 2017, depois de ter feito quimioterapia e outros tratamentos, os médicos deram-lhe seis meses de vida.
A defesa de Johnson alegava que a exposição do paciente ao herbicida, incluindo alguns acidentes em que ficou coberto pelo produto, causou o cancro.
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Dewayne é pai de dois rapazes, de 10 e 13 anos de idade, e os médicos dão-lhe agora uma estimativa de dois anos de vida. O processo está a correr de forma mais rápida por causa da lei da Califórnia que exige que o julgamento seja feito antes da morte do autor da denúncia.
“Fico feliz por estar aqui e ajudar numa causa que é maior do que eu”, disse Dewayne, na sexta-feira, depois de conhecido o veredicto.
A farmacêutica Bayer, que comprou a Monsanto, garantiu no sábado que o glifosato, composto usado em herbicidas, é "seguro e não cancerígeno". A garantia decorre de "provas científicas, sujeitas a exames regulares à escala mundial" e de "dezenas de experiências práticas de utilização do glifosato", disse um porta-voz da farmacêutica alemã Bayer, não identificado pela agência AFP.
A Monsanto já anunciou, em comunicado, que vai recorrer da sentença e reiterou que o glifosato não provoca o cancro e não foi responsável pela doença do jardineiro americano.
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