Imprensa chinesa condena táticas "egoístas" de Estados Unidos
A imprensa estatal chinesa crítica hoje aqueles que usam táticas "egoístas" para tentar impedir a ascensão da China, numa aparente referência ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou uma guerra comercial com Pequim.
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Mundo Estados Unidos
Um comentário da agência noticiosa oficial Xinhua, reproduzido na capa dos principais jornais chineses, afirma que "algumas pessoas, não dispostas a aceitar o despertar do leão, adotaram o unilateralismo, protecionismo e intimidação".
"Estes são desafios que não podem ser evitados e que teremos que enfrentar", acrescenta.
Trump impôs já taxas alfandegárias de 25% sobre mais de 29 mil milhões de euros de importações oriundas da China, contra o que considera serem "táticas predatórias" por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico.
As autoridades chinesas estão a encetar um plano designado "Made in China 2025", para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em setores como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Esta semana, Trump confirmou que vai impor taxas adicionais sobre o equivalente a mais 13,7 mil milhões de euros de bens chineses, a partir de 23 de agosto.
O comentário da Xinhua surge numa altura em que a liderança chinesa reúne em Beidaihe, um resort no litoral norte da China.
A reunião, que ocorre todos os anos, serve para os líderes máximos do país discutirem estratégias de governação. Este ano, o tópico principal deverão ser as disputas comerciais com Washington.
"Certas pessoas estão egoistamente a agir contra os limites da moral, ao erguer arbitrariamente barreiras comerciais", acrescenta a Xinhua.
Pequim retaliou já com taxas sobre o mesmo valor de importações norte-americanas, atingido sobretudo produtos agrícolas, com destaque para a soja.
No entanto, Trump disse já estar pronto para impor taxas alfandegárias sobre 430 mil milhões de euros de produtos chineses, cerca da totalidade das importações norte-americanas da China.
Neste caso, Pequim não poderia retaliar no mesmo montante, visto que tem um excedente de 323 mil milhões de euros - quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português - no comércio com os EUA.
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