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Berlim avisa Estados Unidos sobre desestabilização no Médio Oriente
O chefe da diplomacia alemã advertiu hoje os Estados Unidos para a desestabilização no Médio Oriente devido ao regresso das sanções dos EUA contra Teerão.
© Reuters
Mundo Irão
"Quem espera uma mudança de regime não deve esquecer que isso poderia (...) causar-nos problemas muito maiores", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, em entrevista ao jornal regional Passauer Neue Presse, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O governante referiu que "um isolamento do Irão" poderia "estimular o surgimento de forças fundamentalistas e radicais".
"O caos no Irão - como vimos no Iraque ou na Líbia - só iria desestabilizar ainda mais uma região já instável", sublinhou.
Na terça-feira, Washington retomou as sanções económicas contra o Irão, após a retirada unilateral do histórico acordo nuclear, alcançado em 2015 entre Teerão e as grandes potências.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na segunda-feira que essas medidas "intensificam a pressão sobre Teerão para mudar o seu comportamento".
Donald Trump repreendeu em particular Teerão por apoiar o líder sírio, Bashar al-Assad, os rebeldes Houthi no Iémen, e os movimentos Hamas, em Gaza, e Hezbollah, no Líbano.
"Continuamos a achar que o abandono do acordo nuclear com o Irão é um erro", frisou Heiko Maas.
Os Estados Unidos também exigiram que as empresas europeias terminem as suas relações comerciais com o Irão, ameaçando-as com sanções.
A fabricante de automóveis Daimler anunciou hoje que vai suspender as suas escassas atividades no local.
Outras empresas alemãs envolvidas no país, na sua maioria de pequena escala, permaneceram em silêncio ou indicaram que estavam a observar a situação.
Após o anúncio da Daimler, o embaixador dos EUA em Berlim, Richard Grenell, afirmou, na sua conta na rede social no Twitter, que está "satisfeito" por ver as empresas alemãs a pararem "o seu comércio com o Irão, de acordo com as sanções dos EUA".
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