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Refugiados: Amnistia acusa governos europeus de "conluio" com Líbia

A Amnistia Internacional (AI) acusou hoje os governos europeus de "conluio" com as autoridades líbias para conter refugiados e migrantes na Líbia, atribuindo igualmente o aumento das mortes no Mediterrâneo Central às políticas europeias.

Refugiados: Amnistia acusa governos europeus de "conluio" com Líbia
Notícias ao Minuto

06:01 - 08/08/18 por Lusa

Mundo Migrações

"Os governos europeus estão em conluio com as autoridades líbias para conter refugiados e migrantes na Líbia, apesar dos abusos que sofrem às mãos da Guarda Costeira líbia ou nos centros de detenção", criticou Matteo de Bellis, investigador do departamento de Asilo e Migração da AI, num comunicado hoje divulgado, a propósito da publicação do mais recente relatório da AI intitulado "Entre o diabo e o oceano profundo".

O documento revela o "impacto devastador de políticas que causaram mais de 721 mortes no mar só em junho e julho de 2018", apontando as novas diretrizes italianas que deixaram pessoas à deriva vários dias e a forma como os países europeus estão a tentar conter o fluxo migratório na Líbia.

Para Matteo de Bellis, a responsabilidade pelo aumento das mortes "recai diretamente nos governos europeus que estão mais preocupados em afastar as pessoas do que salvar vidas".

Em causa está o apoio dado à Guarda Costeira líbia para intercetar pessoas no mar, a falta de prioridade dada aos salvamentos e os obstáculos à ação das organizações não-governamentais (ONG) ligadas ao resgate no mar.

Segundo a Amnistia, o número de pessoas detidas arbitrariamente na Líbia mais do que duplicou nos últimos meses passando de 4.400 em março para mais de 10.000 - incluindo cerca de 2.000 mulheres e crianças - no final de julho.

A AI denuncia também a "intimidação " e criminalização "das heroicas ONG que tentam salvar vidas no mar" por parte das autoridades italianas e maltesas que recusam autorização de desembarque aos navios ou bloqueiam-nos nos portos.

O relatório dá também destaque a casos recentes em que considera terem sido violadas leis internacionais como o do navio comercial italiano ASsso Ventotto que entregou à Líbia 101 pessoas ou uma mulher encontrada viva com dois cadáveres num barco que se estava a afundar, após intervenção da Guarda Costeira líbia, denunciada pela ONG espanhola Proativa.

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