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Coligação ocidental tem de explicar morte de centenas de civis em 2017

A coligação internacional liderada pelos EUA deve permitir uma investigação independente à morte de centenas de civis devido aos ataques que dirigiu contra Raqa, na Síria, e cuja responsabilidade admitiu, defende a Amnistia Internacional num relatório publicado hoje.

Coligação ocidental tem de explicar morte de centenas de civis em 2017
Notícias ao Minuto

06:31 - 07/08/18 por Lusa

Mundo Amnistia Internacional

Em causa estão os ataques conduzidos pela coligação ocidental entre 06 de junho e 17 de outubro de 2017 para expulsar os 'jihadistas' do grupo extremista Estado Islâmico da cidade que declararam sua "capital" na Síria, e que ficou "em ruínas" em consequência das operações militares da intervenção militar internacional.

No relatório hoje divulgado, denominado "Admissão da morte de civis em Raqa é 'a ponta do icebergue' para a operação militar da coligação liderada pelos Estados Unidos", a Amnistia Internacional (AI) alerta que a assunção da culpa feita recentemente "é a ponta do icebergue nas responsabilidades por graves violações de direitos humanos".

"A admissão de responsabilidade da coligação liderada pelos Estados Unidos não é surpreendente, face às provas que apresentámos, e marca uma reviravolta bem-vinda na sua posição sobre os muitos civis mortos na ofensiva sobre Raqa", salienta Donatella Rovera, consultora da AI.

Todavia, importa agora autorizar uma investigação "urgente, meticulosa e independente" para avaliar a verdadeira escala nas mortes de civis causadas pelos raides aéreos e de artilharia da coligação e para indemnizar as vítimas e sobreviventes.

No passado dia 05 de junho, a AI denunciou no relatório "Guerra de aniquilação": o custo devastador para os civis em Raqqa, Síria" os "efeitos devastadores" sobre Raqa da ofensiva conduzida pela coligação liderada pelos Estados Unidos.

Nesses ataques, considerou a AI no relatório de junho, a coligação foi responsável por "violações do direito humanitário internacional".

Investigadores da Amnistia visitaram 42 locais atingidos por ataques da coligação e entrevistaram 112 habitantes que perderam 90 familiares, amigos ou vizinhos, "quase todos mortos por ataques da coligação".

No documento hoje divulgado, a AI considera que "os civis atingidos pelos ataques aéreos da coligação têm o direito de saber por que razão foram mortos os seus entes queridos".

"A coligação tem a obrigação de dignificar estas mortes libertando informação completa e verificável, designadamente a exata localização e natureza dos alvos, a metodologia utilizada para verificação desses alvos e as medidas adotadas para minimizar o risco para os civis", destaca Donatella Rovera, citada no relatório.

Passado quase um ano sobre aqueles ataques, depois dos jihadistas terem sido expulsos de Raqa, a AI defende que "não há justificação militar ou de segurança para esconder essas informações, que são fundamentais para determinar a legalidade dos ataques que mataram e mutilaram civis".

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