Iraque condena a prisão perpétua francês e alemã membros do Daesh
O Tribunal Penal Central de Bagdad condenou hoje um francês e uma alemã a prisão perpétua por pertencerem ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
© Reuters
Mundo Bagdad
Lahcen Gueboudj, 58 anos, e Nadia Hermann, 22, foram condenados em processos separados, segundo um jornalista da agência France-Presse que esteve no tribunal.
Na legislação do Iraque, a pena perpétua equivale a 20 anos de prisão.
Gueboudj respondeu às perguntas do juiz durante cerca de meia hora, negando as declarações obtidas durante os interrogatórios e citadas pelo juiz.
"Assinei confissões em árabe sem saber o que estava escrito", disse, em francês.
"Nunca teria deixado a França se o meu filho mais velho, Nabil, de 25 anos, não tivesse viajado para a Síria", alegou. "Queria convencê-lo a voltar connosco para França", disse.
Gueboudj viajou com a mulher e os filhos para a Turquia, depois para a Síria, e acabou por ser detido no Iraque.
Já Nadia Hermann afirmou ao tribunal, num alemão intercalado com palavras em árabe, que viajou para a Turquia, dali para a Síria e depois para o Iraque, com uma irmã deficiente, morta mais tarde num bombardeamento, a mãe e a filha Yamama.
O advogado da jovem alemã defendeu em tribunal que ela era menor na altura e que o seu casamento com um jihadista foi "uma violação cometida por um grupo armado e não uma decisão consciente de uma adulta".
Rejeitada pelo companheiro, um combatente do grupo extremista Estado Islâmico na Síria, Nadia disse ter viajado para o Iraque "para fugir das pessoas" daquela organização 'jihadista'.
A mãe de Nadia, Lamia K., detida em julho de 2017 em Mossul juntamente com a filha, foi condenada em janeiro à pena de morte, sentença posteriormente comutada para prisão perpétua.
Centenas de europeus juntaram-se a grupos jihadistas, designadamente o EI, na Síria e no Iraque.
Segundo dados de 2017 dos serviços de informações alemães, 950 cidadãos alemães juntaram-se ao EI desde 2011, cerca de um terço dos quais regressou e 150 foram mortos.
Em França, segundo as autoridades, cerca de 1.700 nacionais partiram para as zonas controladas pelos jihadistas a partir de 2014. Desses, 278 foram mortos, número que as autoridades admitem poder ser superior, e 302 regressaram a França - 244 adultos e 58 menores.
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