Meteorologia

  • 10 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 16º MÁX 28º

Corretora de arte, acusada de fraude, nega uso abusivo de nome Gulbenkia

Uma acusação de fraude de 1,2 milhões de euros no comércio de arte e que envolve uma familiar de Calouste Gulbenkian está a motivar uma disputa judicial, mas a acusada rejeita ter usado abusivamente o nome do empresário arménio.

Corretora de arte, acusada de fraude, nega uso abusivo de nome Gulbenkia
Notícias ao Minuto

15:29 - 03/08/18 por Lusa

Mundo Fraude

Em declarações à Lusa, a corretora de arte e colecionadora, Angela Gulbenkian, disse que nunca utilizou o nome de Calouste Gulbenkian para conduzir negócios nesta área, ao contrário do que é referido pelo queixoso.

Um conselheiro de arte radicado em Hong Kong, Mathieu Ticolat, levou o caso a um tribunal de Londres, acusando a corretora e colecionadora, casada com um sobrinho-bisneto de Calouste Gulbenkian, de ter recebido o dinheiro da sua empresa por uma escultura de Yayoi Kusama que nunca foi entregue ao comprador.

O caso foi noticiado pela Bloomberg, citando fontes que acusam a corretora de arte de usar o nome da Fundação Calouste Gulbenkian para iludir clientes nas transações que intermedeia, algo que Angela Gulbenkian nega categoricamente.

"Sou casada com um Gulbenkian. Nunca disse que fazia parte da Fundação. Nunca disse que queria pertencer à Fundação. Nunca disse que queria ou ia fazer parte do Museu. Se alguma vez tivesse dito isso, por que é que não foram ao 'site' da Fundação verificar as equipas? Toda a gente sabe que não estou lá. É do conhecimento geral que não faço parte da Fundação ou do Museu", disse à Lusa, em Lisboa.

Angela Gulbenkian alega que a existência de uma cláusula de confidencialidade não a permite abordar a acusação de fraude, mas assegurou pretender alcançar um acordo.

"Estamos a analisar as opções. Ou chegamos a um acordo, ou vamos até ao fim, e o meu objetivo é que se chegue a um acordo. Mas por que é que o meu nome está a ser assim denegrido? Se tivesse um apelido comum, como Smith ou Muller, ninguém ia prestar atenção. Iam pensar 'ah, há uma disputa em tribunal' como acontece em todo o mundo", referiu.

Angela Gulbenkian diz que este é um problema comum no negócio de transação de peças de arte.

"Se olharmos para os grandes colecionadores, vemos que todos tiveram problemas do género, porque o mercado da arte não é um mercado regulado. Não há uma regulação de qualquer tipo", sublinhou.

Casada com Duarte Gulbenkian, sobrinho-bisneto de Calouste Gulbenkian, Angela afirmou ter ficado surpreendida com a reação da Fundação Gulbenkian que negou qualquer ligação com a corretora de arte.

"Angela Gulbenkian não tem uma relação, de qualquer tipo, com a Fundação e, pelo que sabemos, é casada com um membro da família Gulbenkian que não é descendente do fundador", disse uma porta-voz daquela instituição, citada no mesmo artigo.

Duarte Gulbenkian, o seu marido, é neto de Roberto Gulbenkian, que trabalhou com a Fundação desde 1956, tendo sido responsável pelo Departamento das Comunidades Arménias.

De acordo com Angela, Roberto e o filho, Michael, vieram para Portugal a pedido de Nubar Gulbenkian, filho de Calouste Gulbenkian, devido à Fundação.

"Eles viviam em Paris, não havia outra razão para virem para Portugal para além da Fundação. Isto não está relacionado com o meu casamento com um Gulbenkian, mas fico espantada, de certa forma, com a maneira com que parecem esquecer-se de alguns membros da família Gulbenkian e por que o fazem", lamentou, acrescentando que "Roberto Gulbenkian foi quem estabeleceu a estrutura que permitiu que a Fundação se tornasse economicamente viável".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório