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Ex-presidente polaco Walesa "perdoa e pede perdão" a Jaroslaw Kaczynski

O ex-presidente polaco e Nobel da Paz Lech Walesa declarou hoje "perdoar e pedir perdão" a Jaroslaw Kaczynski, seu rival político e chefe do partido conservador e nacionalista no poder na Polónia, numa mensagem publicada na sua página do Facebook.

Ex-presidente polaco Walesa "perdoa e pede perdão" a Jaroslaw Kaczynski
Notícias ao Minuto

15:25 - 02/08/18 por Lusa

Mundo Iniciativa

"Irmão Kaczynski, em breve tu e eu, tal como a nossa geração, entraremos na eternidade", escreveu o antigo líder do sindicato Solidariedade, de 74 anos, na missiva dirigida a Kaczynski, 69 anos, e que na primavera passou várias semanas no hospital.

Em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP) sobre esta iniciativa, Walesa negou hoje que esteja relacionada com o estado de saúde de um ou de outro, e remeteu-a a um "imperativo cristão de reconciliação".

A sua fórmula foi aliás inspirada na célebre frase de uma carta do episcopado polaco aos pontífices alemães em 1965.

"Gostaria de deixar as coisas em ordem atrás de mim", escreve Walesa. "Gostaria de me reconciliar com [o antigo número um do anterior regime comunista] o general Jaruzelski. Não tive tempo de o fazer com [o ministro comunista do Interior Czeslaw] Kiszczak".

O general Wojciech Jaruzelski morreu em maio de 2014, e o general Kiszczak em novembro de 2015.

"Se fiz qualquer coisa contra ti, peço-te perdão, e eu estou em condições de te perdoar e ao teu irmão Lech, de santa memória [o presidente Lech Kaczynski morreu no desastre aéreo de Smolensk em 2010], perdoar tudo e mesmo a vossa maior ignomínia que me foi dirigida (...), a provocação designada 'dossier de Kiszczak'", acrescenta ainda Walesa.

O antigo líder do Solidariedade referia-se aos documentos encontrados na casa da viúva do general Kiszczak, que provariam uma colaboração de Walesa com os SB, os serviços secretos do antigo regime, durante a década de 1970, e onde atuaria sob o nome de código "Bolek".

Walesa negou sempre qualquer colaboração com os SB.

O partido Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski não reagiu à mensagem de Walesa.

A sua porta-voz, Beata Mazurek, limitou-se a referir no Twitter que "já não se pode levar Walesa a sério", recusando mais comentários.

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