Um dos cinco membros do grupo 'La Manada', em liberdade condicional desde junho, foi detido esta quarta-feira por roubo e agressão num estabelecimento comercial de Nervión, em Sevilha.

De acordo com o El País, o suspeito tentou roubar uns óculos de sol no espaço comercial. Depois, durante a fuga, ao volante da sua viatura, tentou atropelar um dos seguranças do espaço. Dois seguranças, que o seguiram até ao parque de estacionamento, ficaram feridos.

O suspeito está ainda impedido de conduzir, uma vez que a sua carta de condução foi suspensa pelo tribunal de Sevilha.

Ainda não foi confirmada a identidade do suspeito, mas as autoridades já confirmaram tratar-se de um dos integrantes do infame grupo que foi acusado e condenado pela violação de uma jovem de 18 anos, durante as festas de São Firmino, em 2016, em Pamplona.

Encontra-se nesta altura numa esquadra da polícia de Sevilha, onde presta declarações.

#ÚLTIMAHORA: Policía Local de #Sevilla detiene a un miembro de #LaManada por intento de robo y agresión en un centro comercial de #Sevillahoy #StopBulos #PolicíaSevillaAmpliaremos informacion pic.twitter.com/J9pILKtD0E

— Emergencias Sevilla (@EmergenciasSev) 1 de agosto de 2018

Esta é uma notícia que vem colocar mais dúvidas sobre a decisão do tribunal da Comunidade Autónoma de Navarra, que em junho determinou a saída provisória do grupo da prisão, depois de pagarem individualmente uma fiança de 6.000 euros. A liberdade condicional mantém-se até que Tribunal Supremo se pronuncie sobre os vários recursos apresentados.

No auto de notificação sobre a liberdade condicional, o juiz defendia que seria "impensável" os acusados repetirem o delito, uma vez que perderam o anonimato, que seria complicado fugirem à justiça após o pagamento da fiança, que vivam a 500 quilómetros da vítima e que não têm antecedentes de delitos sexuais.

No entanto, Antonio Manuel Guerreiro, um dos membros do grupo, tentou fazer um passaporte no dia 25 de junho, pouco depois de ter sido libertado, tendo a sua tentativa sido frustrada pelas autoridades. 

O grupo de cinco sevilhanos, recorde-se, estava há quase dois anos em prisão preventiva, desde 7 de julho de 2016, depois de terem sido condenados a nove anos de prisão por “agressão sexual” em grupo.

A sentença atribuída aos cinco espanhóis causou muita polémica, na altura (e protestos). O tribunal de Navarra entendeu, com base num vídeo de 92 segundos filmado por um dos agressores, que havia sido cometido o delito continuado de abuso sexual e não de violação coletiva porque a vítima, em choque, nada fez para se defender.