Presidente de Israel vai assinar lei Estado-Nação em árabe como protesto
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, disse que não pode negar-se a assinar a polémica lei Estado-Nação - que concede o direito de autodeterminação apenas aos judeus -- mas que a rubricará em árabe para exprimir a sua oposição.
© Reuters
Mundo Reuven Rivlin
A nova lei retira o estatuto de uma das línguas oficiais de Israel ao árabe, que fica como tendo "caráter especial", mas, segundo os media, Rivlin vai recorrer a ela para assinar a lei numa crítica implícita.
"O Estado de Israel é um Estado judeu e democrático, que é uma e a mesma coisa. Esta sábia e delicada equação é o segredo da existência e do êxito do Estado", declarou o chefe de Estado, segundo a rádio pública Kan.
Rivlin indicou que o governo israelita é responsável pelos jovens do país, "judeus e não judeus de igual modo", que devem ter "igualdade de oportunidades para realizar os seus sonhos" e "sentir que pertencem, que formam parte, que o Estado é o seu lar".
O presidente, que tem poderes sobretudo simbólicos, já tinha criticado a lei quando esta ainda estava em discussão no parlamento, considerando-a discriminatória.
Numa carta aberta divulgada por media israelitas a 10 de julho, Rivlin considerava que a lei "poderá prejudicar o povo judeu no mundo e em Israel e poderá mesmo constituir uma arma para os (seus) inimigos".
"Queremos apoiar a discriminação e exclusão de homens e mulheres devido à sua origem étnica?", questionava.
A lei, aprovada a 19 de julho com 62 votos a favor, 55 contra e duas abstenções, consagra Israel como nação judaica, "lar nacional" do povo judaico e o hebraico como única língua oficial.
O país tem 17,5% de cidadãos árabes israelitas.
Líderes da comunidade drusa e três deputados apresentaram um recurso contra a lei por a considerarem discriminatória perante o Supremo Tribunal.
O parlamento israelita foi convocado para se reunir a 8 de agosto em sessão extraordinária sobre a controversa lei a pedido de 52 deputados (num total de 120).
O debate deverá centrar-se na "lei da nacionalidade e nos seus ataques aos valores da igualdade e da democracia", indicaram aqueles deputados da oposição.
A lei Estado-Nação inclui-se nas leis básicas que valem como a Constituição em Israel.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com