China quer que EUA impeçam presidente de Taiwan de fazer escalas no país
O Governo chinês pediu hoje aos EUA que impeçam a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, de fazer escala no país a caminho do Belize e Paraguai, depois de Taipei anunciar paragens em Los Angeles e Houston.
© Reuters
Mundo Taiwan
"Enviamos um firme protesto formal à parte norte-americana e opomo-nos a qualquer tipo de escala nos Estados Unidos ou outros países que tenham laços diplomáticos com a China", disse hoje em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.
"Apelamos aos EUA que respeitem o princípio de 'uma só China' (...) não permitindo esta escala e evitando enviar sinais errados às forças independentistas taiwanesas", afirmou o porta-voz.
Geng sublinhou que o princípio de uma só China, que implica não reconhecer Taiwan como Estado, "é um consenso universal da comunidade internacional", e "qualquer tentativa de separar a China e criar 'duas Chinas' encontrará a oposição" do povo chinês.
O vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, José Maria Liu, informou na segunda-feira que Tsai faria escalas em Los Angeles e Houston apesar da oposição chinesa, num quadro de tensões crescentes entre Pequim e Taipei.
Na sua quinta ronda diplomática desde que tomou posse, em maio de 2016, Tsai visitará o Paraguai de 14 a 16 de agosto para assistir à investidura do Presidente eleito do país, Mario Abdo Benítez, e de 16 a 18 visitará o Belize.
Na ida faz escala em Los Angeles e no regresso em Houston, pelos dias 12 e 20 de agosto, respetivamente.
Paraguai e Belize são dois dos 18 aliados diplomáticos de Taiwan no mundo.
Dez dos 18 aliados de Taiwan encontram-se na América Latina e no Caribe.
Em pouco mais de um ano, Taiwan perdeu dois importantes aliados na América Latina, Panamá e República Dominicana, além de um africano (Burkina Faso), como consequência da estratégia chinesa de isolar internacionalmente o governo independentista de Tsai.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.
Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em outubro passado, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.
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