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Fattah al-Sisi: Não há alternativa senão aplicar medidas de austeridade

O Presidente egípcio defendeu hoje as suas políticas económicas, afirmando que não teve alternativa senão aplicar medidas de austeridade duras para recuperar uma economia prejudicada por anos de instabilidade política e violência.

Fattah al-Sisi: Não há alternativa senão aplicar medidas de austeridade
Notícias ao Minuto

21:19 - 29/07/18 por Lusa

Mundo Egito

Abdel Fattah al-Sisi falava numa conferência com jovens, um dia após ter mostrado o seu descontentamento com mensagens colocadas na Internet a exigir a sua demissão devido à situação económica.

As mensagens, com a 'hashtag' #Sissi_leave surgiram recentemente após acentuadas subidas do preço do combustível, da água potável e da eletricidade, como parte das medidas de austeridade, após anos de instabilidade desde a revolta popular de 2011.

"Eles empurraram-nos para sermos uma nação de pobreza, uma nação de necessidade, mas quando eu começo a trabalhar para nos tirar disto, encontro a 'hashtag' #Sissi_leave", disse, acrescentando: "Devia ou não ficar chateado. Fiquei chateado. Fiquei chateado".

Al-Sisi foi eleito em 2014, um ano depois de, como ministro da Defesa, ter liderado o movimento militar que destituiu Mohammed Morsi, um islamista que foi eleito de forma livre, mas cuja gestão, ao fim de um ano, causou fraturas.

Desde que chegou ao cargo, al-Sisi já lançou obras de infraestruturas orçadas em vários milhares de milhões de dólares e projetos de desenvolvimento e de habitação que diz que vão transformar o país, com cerca de 96 milhões de pessoas.

Também liderou a maior perseguição aos dissidentes na história recente do Egito, colocando na prisão milhares de islamistas e também ativistas pró-democracia, e regrediu em muitas das liberdades conquistadas após a revolta de 2011 que acabou com o longo regime de Hosni Mubarak.

Em março, al-Sisi venceu um segundo mandato de quatro anos, numa eleição em que praticamente não teve oposição.

O programa de reforma económica do Presidente egípcio mereceu elogios de países ocidentais e de banqueiros e mostrou-o como um líder preparado para adotar medidas dolorosas, como levantar subsídios estatais em bens essenciais, apesar do custo político, algo que os seus antecessores não conseguiram fazer por recearem agitação social ou perderem o poder. No entanto, as medidas têm causado dificuldades a uma maioria de egípcios.

O Presidente advertiu hoje que o país não sobreviveria a outra fase "revolucionária" como a de 2011.

"Tudo está ligado à estabilidade e segurança. Eu quero que desenvolvamos um aguçado medo da instabilidade", afirmou.

O líder egípcio avisou que pretende prosseguir a mesma rota.

"Eu vou continuar porque não tenho outro caminho", declarou o antigo general, que pede frequentemente aos egípcios para suportarem as dificuldades pelo bem do país e declara que apenas Deus pode julgar as suas ações.

Procurando garantir aos egípcios que as suas políticas vão ter resultados em breve, o Presidente afirmou que, em junho de 2020, o Egito terá um excedente de gás natural, terá estradas em todo o país e terá concluída a primeira fase da construção de cerca de 12 novas cidades.

Além dos desafios económicos, o Egito também enfrenta uma rebelião de militantes islâmicos no Sinai (norte). O Presidente disse hoje que as forças de segurança fizeram progressos significativos na luta contra os insurgentes, mas alertou que não pode ser excluída a possibilidade de futuros ataques terroristas.

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