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"Resistência vai continuar até que a ocupação termine", garante Tamimi

Jovem palestiniana foi libertada este domingo, oito meses depois de ter agredido um soldado israelita. Amnistia Internacional congratula-se com a libertação da jovem, mas salienta que detenção arbitrária de crianças palestinianas é uma realidade longe de terminar em Israel.

Notícias ao Minuto

10:27 - 29/07/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Palestina

A jovem Ahed Tamimi, libertada este domingo pelas autoridades israelitas depois de ter cumprido uma pena de oito meses por agressão a um soldado, apelou aos palestinianos para que continuem a combater a ocupação israelita na Cisjordânia.

Recebida em euforia na aldeia de Nabi Saleh, na Cisjordânia, Ahed Tamimi deslocou-se a casa de um aldeão palestiniano que, recentemente, foi morto pelas forças israelitas e pediu resistência contra a ocupação.

“Da casa deste mártir, eu digo: a resistência vai continuar até que a ocupação termine”, garantiu Tamimi, citada pela Reuters, deixando ainda palavras de solidariedade e agradecimento para as mulheres palestinianas detidas nas prisões israelitas. “Todas as mulheres prisioneiras são fortes e quero agradecer a todas as que me apoiaram enquanto estive na prisão”.

Ahed Tamimi, de 17 anos, tornou-se uma heroína para os palestinianos depois de em dezembro do ano passado, perto da sua casa na aldeia de Nabi Saleh, na Cisjordânia, ter sido detida pelas forças israelitas.

Em causa, esteve a agressão da jovem, na altura com 16 anos, a um soldado israelita que feriu o seu primo, de 14 anos, com balas de borracha. Ahed protestava contra a violência e ocupação e confrontou os soldados, acabando por esbofetear um deles.

Israel viu o caso como uma provocação e decidiu deter a adolescente, o que gerou uma enorme contestação junto dos palestinianos.

Ahed Tamimi enfrentou 12 acusações. Em março, considerou-se culpada perante a justiça israelita para atenuar a pena, acabando por cumprir, no total, oito meses de prisão.

350 crianças palestinianas em prisões israelitas

O caso de Tamimi ultrapassou fronteiras e chamou a atenção da comunidade internacional para a detenção de crianças e jovens por parte das forças israelitas. Entre as denúncia desta detenção, conta-se a da Amnistia Internacional que acusou Israel de violar sistematicamente a lei internacional.

A organização de defesa dos direitos humanos considerou uma boa notícia a libertação da jovem palestiniana, no entanto, realça as constantes violações dos direitos das crianças palestinianas por parte de Israel.

“É um grande alívio para os entes queridos de Ahed Tamimi, mas a sua alegria está temperada pela injustiça da sua prisão e pelo conhecimento sombrio de que muitas mais crianças palestinianas continuam a definhar nas prisões israelitas, apesar de muitas delas não terem cometido qualquer crime reconhecível”, salientou, em comunicado, Saleh Higazi, responsável da Amnistia Internacional em Jerusalém.

Nesse sentido, a organização pede que a libertação de Ahed Tamimi “não obscureça a história familiar e contínua dos militares israelitas que utilizam políticas discriminatórias para prender crianças palestinianas”. “A sua detenção injusta é um lembrete de como a ocupação israelita usa tribunais militares arbitrários para punir aqueles que desafiam a ocupação e as políticas ilegais de expansão de colonatos, sem ter em conta a idade”, disse ainda Higazi.

“Centenas de crianças palestinianas continuam a enfrentar as duras condições e os abusos do sistema penitenciário israelita que desrespeita os princípios da justiça juvenil e os padrões no tratamento dos prisioneiros”, rematou.

De acordo com os números da Amnistia Internacional, existem, atualmente, 350 crianças palestinianas em prisões ou centros de detenção israelitas. A organização de defesa dos direitos humanas denuncia que os tribunais militares acusam os palestinianos por violarem ordens militares, sendo que muitas delas criminalizam atividades pacíficas como a liberdade de expressão ou a organização de protestos.

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