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Forças de segurança da Guiné-Conacri usaram força "letal e excessiva"

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje haver "provas credíveis" de que as forças de segurança da Guiné-Conacri usaram força "letal e excessiva" durante os protestos populares de fevereiro e março.

Forças de segurança da Guiné-Conacri usaram força "letal e excessiva"
Notícias ao Minuto

14:48 - 24/07/18 por Lusa

Mundo HRW

De acordo com um comunicado daquela ONG, nenhum efetivo da polícia ou militar foi preso ou acusado. As eleições autárquicas, a 04 de fevereiro e a greve dos professores, no dia 12 de fevereiro, levaram a "violentos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes", salienta a HRW.

Segundo a HRW, sete pessoas foram mortas na capital, Conacri, e uma pedra arremessada por um manifestante provocou a morte de um polícia.

Registos médicos de cinco hospitais, confirmados pela HRW, apontam que pelo menos 89 manifestantes ou populares ficaram feridos durante os confrontos, dos quais cerca de 22 apresentaram fermentos de bala.

As autoridades policiais disseram que mais de 80 polícias ficaram feridos nos confrontos, incluindo um agente que perdeu um olho, revela a HRW.

"Três meses após a última ronda de violência eleitoral na Guiné, as autoridades não deram passos concretos para investigar e sancionar os responsáveis", considera Corinne Dufka, diretora da Human Rights Watch na África Ocidental.

Corinne Dufka acrescentou que "a única maneira de quebrar o ciclo de violência política na Guiné e dar justiça às vítimas é conduzir investigações confiáveis e responsabilizar os envolvidos".

De acordo com a Human Rights Watch, a Guiné-Conacri tem um histórico de uso de "força letal excessiva e de outros abusos por parte das forças de segurança e falta de neutralidade política ao responder a protestos de oposição relacionados com eleições".

O comando das forças policiais disse à Human Rights Watch que as forças de segurança não têm permissão para transportar armas quando respondem a protestos.

"Eles, em vez disso, culparam os manifestantes pelas mortes, acusando-os de transportar armas automáticas, embora as autoridades não tenham alegado que os agentes da força de segurança tenham sido feridos por balas do calibre das disparadas por armas automáticas", acrescenta a HRW.

Várias testemunhas alegam ter visto efetivos das forças policiais a transportar e a disparar armas automáticas.

Depois de uma reunião em 02 de abril, entre o Presidente Alpha Condé e o líder da oposição Cellou Dalein Diallo, um comunicado da Presidência afirmou que as duas partes "farão o máximo para identificar os responsáveis por qualquer violência que levou a mortes e que causou danos materiais significativos, a fim de levá-los à justiça".

Em resposta a uma carta de 22 de junho da Human Rights Watch, o Ministério da Justiça da Guiné-Conacri anunciou que foram abertas investigações relativamente às mortes registadas em fevereiro e em março, refere a notícia publicada no portal eletrónico da Human Rights Watch.

Questionado se algum membro das forças de segurança havia sido detido, acusado ou até mesmo castigado, o ministério não forneceu mais detalhes, salienta a HRW.

"O governo deve garantir uma investigação rápida, transparente e independente sobre as circunstâncias das mortes durante os protestos, levando à acusação de qualquer responsável pelo uso ilegal da força", defende no comunciado a Human Rights Watch.

Em futuras manifestações, o governo deve assegurar que os efetivos das forças de segurança cumpram os Princípios Básicos das Nações Unidas sobre o Uso da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei.

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