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Vice-presidente da Nicáragua declara vitória sobre "forças diabólicas"

A vice-presidente da Nicarágua, Rosário Murillo, proclamou hoje a "vitória" sobre as "forças diabólicas", numa referência aos manifestantes antigovernamentais que, no entendimento das autoridades, procuram derrubar o regime presidido pelo seu marido, Daniel Ortega.

Vice-presidente da Nicáragua declara vitória sobre "forças diabólicas"
Notícias ao Minuto

23:42 - 18/07/18 por Lusa

Mundo Rosário Murillo

A proclamação de Murillo foi feita no dia em que a Organização dos Estados Americanos (OEA) defendeu a realização de eleições antecipadas como forma de encontrar uma solução para a crise política, que já causou centenas de mortos.

"Hoje, 18 de julho, proclamamos a nossa vitória, o nosso avanço sobre essas forças diabólicas, tenebrosas, terroristas, criminosas, que durante três meses atacaram, quiseram sequestrar a paz na Nicarágua, mas não conseguiram", disse a primeira-dama, em mensagem divulgada através das redes sociais.

Rosário Murillo realçou que a valentia, a dignidade, o orgulho nicaraguense, "é muito maior" e que de agora em diante os dirigentes do país "vão cuidar de cada milímetro da pátria sagrada para que nunca mais a pretendam invadir com energia diabólica, perversa, maligna".

O governo assumiu o controlo da cidade de Masaya, no sudeste do país, na terça-feira, na designada 'Operação Limpeza', uma ofensiva executada pelas chamadas "forças combinadas", integradas por polícias, forças antimotim, parapolícias e paramilitares, e ainda por funcionários públicos, para remover barricadas e outros bloqueios de vias de comunicação.

A cidade de Masaya era o último grande bastião rebelde que se mantinha contra o governo sandinista e a violência usada para recuperar o seu controlo suscitou várias condenações.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Gabinete do Alto Comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos responsabilizaram Ortega por graves violações de direitos humanos durante a crise, que provocou mais de 350 mortos, segundo estimativas de organizações humanitárias.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou hoje ao regime de Manágua que "apoie um calendário eleitoral", acordado em diálogo nacional, mediado pela igreja católica, recorrendo a uma fórmula que procura eleições antecipadas como via para sair da crise política.

A pretensão foi incluída na resolução aprovada hoje em sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, sediada em Washington.

O texto foi promovido por sete Estados -- Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, EUA e Peru -- e apoiado pelo México.

Nele se "exorta" o executivo nicaraguense a "apoiar um calendário eleitoral acordado conjuntamente no contexto do processo de Diálogo Nacional".

A Conferência Episcopal de Nicarágua, mediadora e testemunho deste diálogo, sugeriu a Ortega, em 07 de junho, que antecipasse as eleições para 31 de maio de 2019, mas em 07 de julho o presidente nicaraguense recusou a proposta, argumentado que "haveria tempo para as eleições, tal como manda a lei".

A resolução foi aprovada por 21 dos 34 membros da OEA, com três votos contra (Nicarágua, Venezuela e São Vicente e Granadinas) e sete abstenções, verificando-se ainda as ausências na votação de três Estados, entre os quais a Bolívia.

Hoje cumprem-se três meses do início dos protestos, que começaram em 18 de abril, contra Ortega e a sua mulher e vice-presidente, Rosário Murillo, movimento que começou por contestar mudanças da segurança social e evoluiu para exigir a saída do casal sandinista do poder, onde está há 11 anos.

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