Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 24º

Presidente da RDCongo nomeia generais ligados a abusos de direitos

A organização Human Rights Watch alertou hoje para o risco de mais repressão na República Democrática do Congo (RDCongo), após o Presidente, Joseph Kabila, ter promovido dois generais ligados a violações dos direitos humanos.

Presidente da RDCongo nomeia generais ligados a abusos de direitos
Notícias ao Minuto

14:52 - 17/07/18 por Lusa

Mundo HRW

De acordo com uma notícia publicada na segunda-feira na página eletrónica da Human Rights Watch (HRW), as novas nomeações, anunciadas no fim de semana, aumentam as preocupações de mais repressão e abuso nas próximas semanas, enquanto Kabila pondera os seus planos antes das eleições marcadas para 23 de dezembro.

O general Gabriel Amisi, conhecido como "Tango Four", foi nomeado o novo vice-chefe do Exército encarregado das operações e inteligência, escreve a organização não-governamental.

Segundo a HRW, forças sob o controle de Amisi estão há muito envolvidas em "sérios abusos de direitos humanos" no leste do Congo, incluindo assassínios generalizados, execuções sumárias, raptos, pilhagem e tráfico de minerais.

Nos últimos quatro anos, Gabriel Amisi comandou tropas envolvidas na "violenta repressão de manifestações políticas" e mobilizou jovens para interromperem protestos pacíficos.

Amisi também esteve implicado no envio de ex-combatentes do grupo rebelde M23 na capital, Kinshasa, para reprimir os manifestantes em dezembro de 2016, refere a organização.

O general John Numbi, que segundo a HRW também está ligado a abusos, foi nomeado o novo inspetor geral do exército.

De acordo com a Human Rights Watch, em 2007 e 2008, a polícia sob o comando de Numbi usou "força letal excessiva e desnecessária" para reprimir o movimento político-religioso de Bundu Dia Kongo (BDK) no Bas Congo, matando mais de 200 pessoas e sistematicamente queimando casas e torturando suspeitos simpatizantes do BDK.

Em 2010, Numbi esteve implicado no duplo assassínio do proeminente defensor dos direitos humanos Floribert Chebeya e do seu motorista Fidèle Bazana.

Após um alarido generalizado na RDCongo e no exterior, Numbi foi suspenso como inspetor de polícia nacional, mas nunca foi investigado.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções direcionadas contra Amisi e Numbi em 2016 pelo seu alegado papel em sérios abusos.

Segundo a Human Rights Watch, estas promoções são uma "afronta às vítimas de abusos no Congo e aos seus familiares".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório