Presidente da RDCongo nomeia generais ligados a abusos de direitos
A organização Human Rights Watch alertou hoje para o risco de mais repressão na República Democrática do Congo (RDCongo), após o Presidente, Joseph Kabila, ter promovido dois generais ligados a violações dos direitos humanos.
© Reuters
Mundo HRW
De acordo com uma notícia publicada na segunda-feira na página eletrónica da Human Rights Watch (HRW), as novas nomeações, anunciadas no fim de semana, aumentam as preocupações de mais repressão e abuso nas próximas semanas, enquanto Kabila pondera os seus planos antes das eleições marcadas para 23 de dezembro.
O general Gabriel Amisi, conhecido como "Tango Four", foi nomeado o novo vice-chefe do Exército encarregado das operações e inteligência, escreve a organização não-governamental.
Segundo a HRW, forças sob o controle de Amisi estão há muito envolvidas em "sérios abusos de direitos humanos" no leste do Congo, incluindo assassínios generalizados, execuções sumárias, raptos, pilhagem e tráfico de minerais.
Nos últimos quatro anos, Gabriel Amisi comandou tropas envolvidas na "violenta repressão de manifestações políticas" e mobilizou jovens para interromperem protestos pacíficos.
Amisi também esteve implicado no envio de ex-combatentes do grupo rebelde M23 na capital, Kinshasa, para reprimir os manifestantes em dezembro de 2016, refere a organização.
O general John Numbi, que segundo a HRW também está ligado a abusos, foi nomeado o novo inspetor geral do exército.
De acordo com a Human Rights Watch, em 2007 e 2008, a polícia sob o comando de Numbi usou "força letal excessiva e desnecessária" para reprimir o movimento político-religioso de Bundu Dia Kongo (BDK) no Bas Congo, matando mais de 200 pessoas e sistematicamente queimando casas e torturando suspeitos simpatizantes do BDK.
Em 2010, Numbi esteve implicado no duplo assassínio do proeminente defensor dos direitos humanos Floribert Chebeya e do seu motorista Fidèle Bazana.
Após um alarido generalizado na RDCongo e no exterior, Numbi foi suspenso como inspetor de polícia nacional, mas nunca foi investigado.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções direcionadas contra Amisi e Numbi em 2016 pelo seu alegado papel em sérios abusos.
Segundo a Human Rights Watch, estas promoções são uma "afronta às vítimas de abusos no Congo e aos seus familiares".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com