O feriado é tradicionalmente um dia de manifestações nas principais cidades do Brasil, organizadas por grupos e sindicatos que pedem melhores condições para as minorias e o fim da corrupção.
Este ano, a onda de protestos vivida no país em junho motivou o agendamento de manifestações pela rede social Facebook em mais de 140 municípios por membros e simpatizantes do grupo "hacker" Anonymous e por diferentes movimentos sociais.
As manifestações não contaram com a adesão confirmada pela internet, pois, segundo o portal de notícias G1, 17 mil pessoas saíram às ruas no sábado perante os cerca de um milhão em 20 de junho.
Manifestantes e polícias envolveram-se em confrontos em, pelo menos, 11 capitais de Estados. No Rio de Janeiro, um grupo invadiu o desfile militar pela manhã e foi dispersado por agentes com bombas de gás e spray pimenta. Ao todo, 13 pessoas ficaram feridas.
O município registou novos conflitos à noite, quando participantes no protesto, entre eles os "black blocs", dirigiram-se à sede do governo. Mais de 70 pessoas foram detidas, segundo a polícia.
Em São Paulo, a polícia também lançou bombas de gás lacrimogéneo e spray de pimenta, enquanto manifestantes responderam com petardos e atiraram pedras contra a o órgão legislativo municipal (Câmara dos Vereadores), além de depredarem um carro da polícia e quebrarem vidros de agências bancárias.
Um veículo atropelou três pessoas durante o protesto de São Paulo e a imprensa local denunciou casos de violência policial. Pelo menos 39 pessoas acabaram detidas na cidade. Um disparo de arma de fogo feito por um agente para o chão ricocheteou e acertou um fotógrafo de raspão, no rosto.
Em Brasília, houve tumultos no centro da cidade, quando manifestantes se aproximaram do Congresso Nacional e tentaram depredar um edifício da TV Globo, e nos arredores do estádio Mané Garrincha, onde a seleção brasileira de futebol jogou um particular contra a Austrália. A polícia uso bombas de gás, spray de pimenta e canhões de água para dispersar os protestos.
Também houve confrontos com a polícia e depredações em Porto Alegre e Curitiba, no sul do país, Recife, Maceió, Fortaleza, Natal e Salvador, no nordeste, e Belo Horizonte e Vitória, no sudeste.
Entre as principais reivindicações dos manifestantes estavam a prisão dos condenados pelo processo de corrupção conhecido como mensalão, a redução do número de deputados, a reforma tributária e o fim do voto obrigatório, além da paz e respeito aos direitos humanos.