Poroshenko considera gasoduto Nord Stream II um projeto político
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse hoje que o gasoduto Nord Stream II, entre a Rússia e a Alemanha, criticado pelo presidente norte-americano, é uma iniciativa de caráter político.
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Mundo Ucrânia
"O Nord Stream II não é um projeto económico. O Nord Stream II tem motivações políticas", disse Poroshenko antes do início do segundo dia de trabalhos da Cimeira da NATO, em Bruxelas, para o qual foi convidado.
Trump afirmou na quarta-feira que o governo de Berlim está "totalmente controlado" pela Rússia e que "está prisioneiro" de Moscovo por causa do projeto do gasoduto.
"A Alemanha está totalmente controlada pela Rússia porque vai receber entre 60 a 70 por cento da energia da Rússia através do novo gasoduto", disse Trump acrescentando que se trata de "uma coisa muito má para a Aliança Atlântica".
O presidente ucraniano disse hoje que é "totalmente certo" que o gasoduto não tem "sentido económico" acrescentando que o sistema de transporte de gás da Ucrânia tem uma capacidade de reserva "significativamente maior" do que o Nord Stream II.
"Faço votos para que possamos parar o Nord Stream II numa ação conjunta e efetiva", frisou.
Por outro lado, agradeceu o apoio da NATO e dos Estados Unidos para pôr fim à guerra na Ucrânia e "desocupar" territórios do país.
"Recebemos uma mensagem forte da Casa Branca e do Departamento de Estado sobre o não reconhecimento da anexação ilegal da Crimeia", afirmou o presidente da Ucrânia a poucos dias do encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin que devem reunir-se na próxima segunda-feira em Helsínquia.
Numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, o chefe de Estado ucraniano disse que espera que a cimeira que decorre em Bruxelas "confirme que as portas da Aliança Atlântica estão abertas para a Ucrânia".
"Acreditamos que as portas da aliança permanecem abertas. A Ucrânia partilha os valores comuns da NATO e que o país venha a ser um aliado quando estiver preparado e sem termos de pedir autorização a ninguém", disse.
Poroshenko exigiu a Moscovo a retirada do armamento pesado e das tropas que mantém na Ucrânia e que a Rússia liberte os "reféns e os presos políticos".
Stoltenberg referiu-se ao apoio da NATO sobre a integridade territorial e soberania da ex-república soviética, condenou a anexação da Crimeia e pediu a aplicação dos acordos de Minsk.
"A Rússia tem uma responsabilidade especial. Deve retirar as tropas e o apoio a militantes pró-Moscovo da Ucrânia", disse indicando que é um objeto "de longo prazo" a adesão do país à NATO tendo recordado que o processo depende da implementação de reformas por parte de Kiev.
Mesmo assim, o secretário-geral da NATO disse que se registam progressos nesse sentido por parte da Ucrânia.
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