"Eu tinha uma relação franca e cordial com David Davis (ministro demissionário), e agora vou trabalhar a partir de segunda-feira com o negociador nomeado pela senhora May", disse Barnier à agência AFP, após uma conferência em Nova Iorque.
Questionado sobre a crise política aberta no Governo de May, com as demissões de David Davis e, imediatamente a seguir, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, e as consequências que daí podem resultar nas negociações entre UE e Londres, Michel Barnier limitou-se a comentar que "será de todas as formas difíceis concluir as negociações" no calendário previsto.
"Não comento nunca a situação política nacional britânica. Resta muito pouco tempo, não quero perdê-lo, há que utilizá-lo para as negociações", disse.
Na sequência da demissão de Davis Davis, na madrugada de segunda-feira, May promoveu Dominic Raab de secretário de Estado da Habitação para ministro responsável pelo Brexit.
Na sua carta de demissão, Davis alegou que a proposta de criar uma zona de comércio livre entre o Reino Unido e a UE ao aderir às regras europeias controla, aprovada na sexta-feira, deixa o país "na melhor das hipóteses, numa posição de negociação fraca, e possivelmente inaceitável".
Horas depois, foi Boris Johnson a demitir-se, também em desacordo com a forma como estão a decorrer as negociações para a concretização da saída do Reino Unido da União Europeia.