Haiti suspende aumento do preço dos combustíveis devido a violência
O primeiro-ministro do Haiti, Jack Gay Lafontant, anunciou hoje a suspensão, até ordem em contrário, da subida do preço dos combustíveis, uma medida que tem provocado uma escalada de violência no país.
© Reuters
Mundo Primeiro-ministro
"O Governo anuncia a suspensão da medida de ajustamento dos preços dos produtos petrolíferos até nova ordem", disse o chefe do Governo na rede social 'Twitter'.
Pouco antes deste anúncio, o presidente da Câmara dos Deputados, Gary Bodeau, emitiu um ultimato de duas horas ao Governo para reverter o aumento dos preços sob pena de o Governo ser "considerado demissionário".
Inicialmente, o primeiro-ministro tinha afirmado que o país precisava de aumentar o preço dos combustíveis para equilibrar o orçamento e não deu nenhuma indicação de que o preço iria baixar.
Mas a sua administração cedeu à pressão depois de os haitianos terem saído à rua em protesto, por vezes com violência.
Pelo menos três pessoas morreram na sexta-feira passada, depois de os manifestantes terem queimado pneus e usado barricadas para impedir a circulação nas maiores ruas de Porto Príncipe. Alguns manifestantes tentaram também incendiar uma bomba de gasolina, mas foram impedidos pela polícia.
Hoje, várias centenas de pessoas atacaram o hotel Best Western Premiere, em Petion-Ville, um dos bairros mais ricos da capital. Os hóspedes foram forçados a permanecer dentro do hotel, dado que os manifestantes o atacaram com pedras.
As manifestações começaram depois de os ministérios do Comércio e da Economia terem emitido uma declaração conjunta anunciando um aumento de entre 38% e 51% na gasolina, gasóleo e querosene (petróleo iluminante).
Em fevereiro, os governantes aceitaram reduzir os apoios estatais aos combustíveis como parte de um Programa de Assistência Económica e Financeira que está a ser implementado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e que prevê também um aumento da despesa social e com infraestruturas e um aumento na coleta de impostos.
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