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Câmaras e funcionários desmentem versão de membro de 'La Manada'

Agente da Guardia Civil diz que não estava a tentar tirar passaporte mas, sim, a tentar saber o seu estado. Câmaras e funcionários do local alegam o contrário.

Câmaras e funcionários desmentem versão de membro de 'La Manada'
Notícias ao Minuto

17:06 - 06/07/18 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo Espanha

Antonio Manuel Guerrero, um dos cinco membros do grupo autodenominado ‘La Manada’, poderá ter mentido à justiça espanhola. O único elemento do grupo acusado de agressão sexual que faz parte de uma força de autoridade (Guardia Civil) foi apanhado a tentar fazer um passaporte, mas defendeu em tribunal que estava apenas a perceber qual era o estado do documento. Agora, são divulgadas aparentes provas do contrário.

Pouco depois de ser intercetado pelas autoridades num espaço do cidadão, em Tablada-Sevilla, no passado dia 25 de junho, tendo sido denunciado pelos funcionários, o advogado de Guerrero veio a público dizer que o seu cliente estava no local, seis dias depois de ter conseguido a liberdade provisória, para saber o estado do seu passaporte (por não conseguir encontrá-lo) e não para conseguir um, tendo por isso levado consigo o auto da sua liberdade condicional, para mostrar aos funcionários.

No entanto, de acordo com o El Mundo, as câmaras de videovigilância do espaço mostram que Guerrero não levava consigo qualquer documento do género. O pai do suspeito, que o acompanhou, defendeu em tribunal que o deixaram no carro.

Por outro lado, tanto a funcionária que o atendeu, como o agente de autoridade que estava à porta do edifício defendem que Guerrero não mostrou nem fez referência a qualquer documento e não inquiriu sobre o estado do seu passaporte. À porta, defendeu o polícia que o recebeu, disse que tinha uma marcação para renovar o passaporte por tê-lo perdido e lá dentro chegou a preencher o papel para uma renovação.

Só quando a funcionária começou a inserir a informação no computador é que surgiu um alerta e, perante a pergunta da mulher, Guerrero respondeu que estava com uma situação pendente com a justiça. Nessa altura, após chamar um supervisor, informaram-no de que não poderia fazer um passaporte.

Recorde-se que Guerreiro está em liberdade condicional desde dia 22, após decisão do tribunal da Comunidade Autónoma de Navarra. José Ángel Prenda, Ángel Boza, Jesús Escudero e Alfonso Jesús Cabezuelo, os restantes elementos do grupo, também saíram da prisão, tendo todos pago uma caução individual de seis mil euros, que supostamente mitigaria o risco de fuga.

O facto de ter pedido a renovação do passaporte viola uma das suas medidas de coação, a proibição de sair de território nacional. O Ministério Público pediu que o suspeito voltasse à prisão mas ficou decidido o contrário até decisão do tribunal de Navarra, que será conhecida nos próximos dias.

O grupo de cinco sevilhanos, sublinhe-se, estava há quase dois anos em prisão preventiva, desde 7 de julho de 2016, depois de terem sido condenados a nove anos de prisão por “agressão sexual” em grupo de uma jovem de 18 anos, durante as festas de São Firmino, em 2016, em Pamplona.

A sentença atribuída aos cinco espanhóis causou muita polémica, na altura. O tribunal de Navarra entendeu, com base num vídeo de 92 segundos filmado por um dos agressores, que havia sido cometido o delito continuado de abuso sexual e não de violação coletiva porque a vítima, em choque, nada fez para se defender.

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