Secretária de segurança interna vaiada em restaurante mexicano
Kirstjen Nielsen tornou-se o rosto da política de "tolerância zero" norte-americana em relação à imigração. “Se as crianças não comem em paz, tu também não”, gritaram manifestantes.
© Reuters
Mundo Kirstjen Nielsen
Um grupo de manifestantes criticou a secretária de segurança interna dos Estados Unidos num restaurante mexicano em Washington.
Enquanto comia, Kirstjen Nielsen foi vaiada por um grupo que gritou “vergonha” e criticou a situação que se vive na fronteira dos Estados Unidos com o México, onde centenas de crianças têm sido afastadas dos seus pais, detidos pelas autoridades norte-americanas por tentarem entrar no país.
Os manifestantes notaram, particularmente, a ironia de Nielsen, rosto da política de imigração norte-americana, estar a jantar num restaurante mexicano.
“Como é que podes desfrutar de um jantar mexicano enquanto deportas e prendes milhares de pessoas que procuraram asilo nos Estados Unidos?”, questionaram os manifestantes. “Se as crianças não comem em paz, tu também não”.
Part one of a video of @mdc_dsa @DC_IWW and others shouting DHS Secretary Nielsen out of a restaurant. She doesn’t need to be kidnapping #immigrantchildren to deserve this treatment. Don’t give the regime a moment of rest. #KeepFamilesTogether pic.twitter.com/B3RfraOk1E
— Smash Racism DC (@SmashRacismDC) June 20, 2018
Kirstjen Nielsen ignorou os manifestantes e acabou por abandonar o restaurante acompanhada por uma pessoa que não foi identificada.
De acordo com o departamento de segurança nacional norte-americana, entre 5 de maio e 9 de junho deste ano, mais de duas mil crianças foram separadas dos pais na sequência da política de “tolerância zero” do governo norte-americano.
As medidas tomadas pelos serviços de imigração determinam que todos os adultos que tentem atravessar ilegalmente a fronteira são detidos e acusados, independentemente de virem ou não acompanhados por crianças. Nesse sentido, nos últimos dias têm aumentado os relatos de crianças separadas dos pais e confinadas em centros de detenção.
Perante as críticas, Donald Trump e a sua administração mantêm a intransigência e não dão sinais de querer recuar.
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