Tribunal do Paquistão impede Musharraf de participar nas eleições
O Tribunal Supremo do Paquistão impediu que Pervez Musharraf, ex-presidente do país, participe nas eleições gerais de 25 de julho, ao revogar a autorização temporária que lhe permitia concorrer, disse hoje o seu advogado.
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Mundo Justiça
"Musharraf não pode participar nas eleições", disse Qamar Afzal, advogado de Musharraf à agência EFE.
Afzal explicou que o presidente do Tribunal, Saqib Nisar, retirou a autorização temporária concedida a Musharraf para se apresentar enquanto candidato, por ele não ter regressado ao país para comparecer em frente do Tribunal como lhe tinha sido ordenado.
A decisão de Nisar foi feita depois de Musharraf ter recorrido da decisão imposta pelo Tribunal Superior de Peshawar (noroeste) de o proibir de voltar a exercer um cargo público em 2013.
Musharraf, que exerceu o poder durante quase uma década na sequência de um golpe de Estado em 1999, está a ser julgado por ter suspendido a ordem constitucional e decretado a detenção de dezenas de juízes em 2007.
O recurso de Musharraf encontra-se agora paralisado até que o ex-militar se volte a apresentar em tribunal.
O advogado indicou que o seu cliente não regressou ao país como ordenado devido ao "curto prazo" que lhe foi apresentado, e afirmou que Musharraf não regressará agora que não pode participar nas eleições.
O ex-presidente deixou o poder e exilou-se em 2008, regressando ao país em 2013 de forma voluntária para retomar a carreira política nas eleições gerais, mas a Justiça impediu a participação e o ex-presidente acabou por ser detido.
Musharraf saiu do Paquistão a 18 de março de 2016 para receber tratamento médico no Dubai, prometendo regressar " quatro a seis semanas" depois ao país, afirmando que voltaria para enfrentar as acusações feitas em tribunal, entre elas um caso de alta traição e por ter conspirado no assassinato da primeira-ministra, Benazir Bhuto, morta num atentado suicida em 2007.
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