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Unionistas confiam que novo Governo continuará a defender a Constituição

A maior associação cívica catalã defensora da unidade de Espanha tem "confiança absoluta" em que o novo Governo de Madrid vai continuar a tratar da questão independentista dentro dos limites das leis e da Constituição.

Unionistas confiam que novo Governo continuará a defender a Constituição
Notícias ao Minuto

10:53 - 14/06/18 por Lusa

Mundo Catalunha

"Confiamos absolutamente que os socialistas, agora no Governo, irão dialogar com o executivo separatista da Catalunha respeitando as leis e a Constituição", disse à agência Lusa Miriam Tey, vice-presidente da Sociedade Civil Catalã, a associação cívica mais importante da região defensora da unidade de Espanha.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já conversou ao telefone com o presidente do executivo regional da Catalunha, o independentista Quim Torra, e concordaram em ter uma reunião "muito em breve".

O encontro levanta muitas expetativas sobre a possibilidade de o novo Governo espanhol conseguir avanços na resolução da questão catalã, apesar de o também novo executivo catalão ter confirmado que o seu objetivo continua a ser o de lutar pela independência da região.

"O Governo catalão continua a defender um caminho impossível de ficção e de realidade virtual que não leva a lado nenhum", defende Miriamn Tey.

Quando estava na oposição, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) manteve-se sempre ao lado do Governo de direita de Mariano Rajoy na questão catalã e apoiou a intervenção na região decidida por Madrid em 27 outubro do ano passado.

"Não sei o que vão falar", afirmou a dirigente da associação unionista, acrescentando: "o diálogo que o Governo catalão quer é uma chantagem: ou falamos da independência ou não falamos".

A nova ministra socialista da Política Territorial e a Função Pública, Meritxell Batet, defendeu no último fim de semana que é necessário "superar a crise institucional" e, em particular, "a territorial", sendo a reforma da Constituição "urgente, viável e desejável".

Os socialistas indicaram que estão dispostos a alterar o atual estatuto autonómico e dar uma maior responsabilidade na gestão à região, mas sempre no quadro de um país unido.

"A única coisa que espero é que voltem a haver fórmulas para uma melhor convivência entre os catalães", avança Miriam Tey.

Um dos grandes problemas criados com o movimento secessionista é o da grande divisão na sociedade catalã, com famílias e relações de amizade antigas muito afetadas.

A vice-presidente da Sociedade Civil da Catalunha também se manifestou contra o que chama a "perversão" existente no sistema eleitoral da região onde "a maioria parlamentar não traduz a maioria social".

Os partidos independentistas têm 47% dos votos, mas como as regras eleitorais na Catalunha dão um peso maior às comunidades rurais, onde têm mais apoiantes, conseguiram ter uma maioria dos deputados no parlamento regional.

A Constituição espanhola assegura que a unidade do país e a eventual autodeterminação de uma região só pode ser decidida em referendo pela totalidade dos espanhóis e não pelos eleitores de uma das suas comunidades, como pretendem os separatistas.

O Governo separatista catalão liderado por Carles Puigdemont organizou em 01 de outubro de 2017 um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional.

Os separatistas não aceitam essa interpretação sobre a consulta popular que consideram ter ganhado com uma elevada maioria, depois de os partidos unionistas terem apelado ao seu boicote.

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