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"Países acarinhados por Merkel violam sistematicamente regra n.º 1 da UE"
Miguel Sousa Tavares lembra que a Eslovénia recebeu apenas 200 imigrantes e que não tem qualquer problema com eles. Contudo, "está rendida a esta onda de xenofobia”.
© Global Imagens
Mundo Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares considera que o debate sobre que Europa queremos “nunca foi tão urgente”, numa altura em que cresce a onda de nacionalismos, tendo o Partido Democrático Esloveno (SDS), de Janez Jansa, de extrema-direita vencido as eleições na Eslovénia.
O comentador escolheu abordar este tema porque, apesar de ser um país pequeno, representa aquilo que está em crescendo na União Europeia. “A Eslovénia é mais um país xenófobo, onde acaba de triunfar um partido de extrema-direita, que fez campanha contra os imigrantes, apoiado por Viktor Orbán da Hungria”, contextualizou Sousa Tavares no seu habitual espaço de análise, na SIC.
Salientando que a Eslovénia está na UE há 14 anos, pertence à NATO e ao Eurogrupo, por um lado, e que se trata de um país com um com condições económicas “fantásticas” e com um rendimento per capita que “tomáramos nós”, por outro lado “recebeu ao todo 200 imigrantes vindos de países de África”. “Não tem nenhum problema com imigrantes e, no entanto, está rendido a esta onda de xenofobia”, observou.
Miguel Sousa Tavares não tem dúvidas da importância do próximo Conselho Europeu que se realiza nos dias 28 e 29 deste mês. Na sua opinião, vai ser “determinante” para se discutir não só futuro do euro mas também o futuro da Europa.
“Vai ser curioso perceber se os alemães e os holandeses, que tanta pancada têm dado nos países do sul à conta do euro, do défice, da austeridade, sempre a dar ralhetes, finalmente percebem que a oeste está uma ameaça muito maior à Europa”, frisou o escritor, referindo-se à Hungria, à Checo-Eslováquia, à Polónia e, agora, à Eslovénia.
Ou seja, “países tão acarinhados pela senhora Merkel, que de facto violam sistematicamente a regra número um da União Europeia que é terem estados democráticos e a segunda, a regra da solidariedade, que é essencial à União Europeia”, analisou.
Por tudo isto, Sousa Tavares entende que o debate sobre que Europa queremos “nunca foi tão urgente” como é agora.
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