China multa marca japonesa Muji por identificar Taiwan como país
A marca japonesa Muji foi multada na China por vender produtos cuja etiqueta identifica Taiwan como o país de origem, ilustrando os crescentes esforços de Pequim para impor as suas noções geopolíticas a empresas estrangeiras.
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Mundo Infração
O jornal chinês Shine informou hoje que a empresa foi multada em 200.000 yuan (26.700 euros), por violar a Lei da Publicidade, que proíbe qualquer ação "prejudicial à dignidade ou interesses nacionais e divulgue segredos de Estado".
Segundo as autoridades, a Muji infringiu aquela lei ao classificar Taiwan como um país.
Em agosto passado, a Muji vendeu na China 119 estendais com a etiqueta "país de origem: Taiwan".
Também nos últimos meses, o Governo chinês exigiu a várias companhias aéreas que passassem a referir-se a Taiwan nos seus portais eletrónicos e mapas como "Taiwan, China" ou "Taiwan, República Popular da China".
Na semana passada, o retalhista de vestuário norte-americano Gap pediu desculpa à China por ter vendido t-shirts com um mapa "errado" do país, que exclui Taiwan.
Em janeiro, a marca têxtil espanhola Zara, a companhia aérea norte-americana Delta Airlines e a fabricante de equipamento médico Medtronic pediram também desculpa por se referirem a Taiwan como um país nos seus 'sites'.
Críticos afirmam que a crescente pressão exercida pela China, usando o seu poderio económico para forjar novas normas internacionais - neste caso o estatuto de Taiwan - gera preocupações sem precedentes.
"O que está aqui em jogo é que nós estamos a permitir que um regime revisionista, com um historial terrível no que toca a liberdade de expressão, dite o que nós dizemos e escrevemos nos nossos países", afirmou J. Michael Cole, pesquisador do China Policy Institute e do programa de estudos de Taiwan na Universidade de Nottingham, citado pela Associated Press.
"Se Pequim não se deparar com limites, vai continuar a pedir mais", acrescentou.
Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo Governo chinês depois de o PCC tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e não uma entidade política soberana.
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