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Exército egípcio intensifica demolições de casas no Sinai

O Exército egípcio intensificou as demolições de habitações, estabelecimentos comerciais e herdades na região do Sinai depois do lançamento, em fevereiro, de uma vasta campanha militar contra 'jihadistas' armados, denunciou hoje a organização Human Rights Watch (HRW).

Exército egípcio intensifica demolições de casas no Sinai
Notícias ao Minuto

10:34 - 22/05/18 por Lusa

Mundo ONG

Num comunicado divulgado hoje, a organização internacional de promoção e defesa dos direitos humanos indica que as demolições estão a ocorrer em "centenas de hectares de terrenos agrícolas" e que "pelo menos 3.000 residências e lojas" já foram destruídas, que se juntam aos cerca de 600 prédios arrasados em janeiro.

Segundo a HRW, as mais recentes destruições constituem "as mais importantes" desde que o exército começou oficialmente a aplicar a política de expulsão decidida pelas autoridades no Cairo, em 2014.

A organização disse ter chegado a estas conclusões na sequência de uma investigação que promoveu um inquérito e interrogou várias testemunhas à distância e analisou "uma série cronológica de imagens satélite" na região.

A HRW denunciou as demolições "ilegais", que ocorrem no quadro de "represálias contra indivíduos suspeitos de terrorismo", bem como contra dissidentes políticos e seus próximos.

Sarah Leah Whitson, diretora da divisão Médio Oriente e África do Norte da HRW, citada no comunicado, referiu que o Exército egípcio pretende proteger a população, mas considerou, porém, ser "absurdo" pensar que a demolição de casas e o deslocamento de pessoas para fora da região "vai garantir a segurança" da zona.

Whitson adiantou ter enviado várias cartas ao ministro da Defesa egípcio, ao Governador do norte do Sinai e aos serviços de segurança locais para os inquirir sobre as operações em curso.

Até hoje de manhã, realça a organização, o Exército não reagiu ao relatório nem aos pedidos de informações.

Segundo a HRW, as primeiras destruições ocorrem em 2013, mas, em 2014, o Governo anunciou um plano de expulsão dos habitantes de uma zona securitária tampão de 79 quilómetros quadrados, que integra toda a cidade de Rafah", situada junto à fronteira com o enclave palestiniano de Gaza, controlado pelo Hamas.

"O Exército demoliu quase toda a cidade", garante a HRW, sublinhando que foi estabelecida numa nova "zona tampão" em redor do aeroporto de al-Arich, principal localidade do norte do Sinai, que se traduziu, paralelamente, na destruição de habitações, lojas e herdades.

As autoridades do Cairo tomaram esta decisão após um ataque reivindicado por uma ala local do grupo Estado Islâmico (EI), que visava os ministros da Defesa e do Interior na região, de que saíram ilesos.

Após a destituição, pelo Exército, do Presidente eleito, o islamita Mohamed Morsi, em 2013, o Egito tem sido confrontado com ataques de grupos extremistas, em particular pelo EI no norte do Sinai, que mataram centenas de soldados, polícias e civis.

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