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EUA fazem exigências severas para novo tratado com Teerão

Os Estados Unidos ameaçam exercer uma "pressão financeira sem precedentes" sobre o regime iraniano, mas admitem levantar as sanções caso Teerão respeite as exigências severas de Washington, anunciou hoje o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.

EUA fazem exigências severas para novo tratado com Teerão
Notícias ao Minuto

15:45 - 21/05/18 por Lusa

Mundo Mike Pompeo

Num discurso em que apresentou a nova estratégia dos Estados Unidos da América após a retirada do acordo nuclear com o Irão, o secretário de Estado norte-americano enumerou 12 condições draconianas que considera que devem constar num tratado com Teerão que substitua o acordo assinado em 2015, com a administração de Barack Obama.

A Casa Branca exige, entre outros aspetos, que o Irão acabe "permanentemente" com o enriquecimento de urânio, o seu programa de mísseis balísticos e o seu envolvimento em alguns conflitos no Médio Oriente. Em troca, os EUA declaram-se prontos para levantar as suas sanções.

Mike Pompeo declarou que os EUA não pretendem renegociar o acordo nuclear assinado com o Irão e outras cinco potências em 2015, e preferem alcançar "um tratado" com Teerão que seja ratificado pelo Congresso norte-americano, de forma a garantir a sua permanência.

O Irão não terá "nunca mais carta branca para dominar o Médio Oriente", acrescentou o secretário de Estado norte-americano.

O governante norte-americano afirmou que os EUA querem garantir que o Irão "não terá qualquer acesso a armas nucleares", acrescentando: "Estas serão as maiores sanções da história".

Pompeo assegurou também que Washington vai aplicar uma "pressão financeira sem precedentes" para forçar Teerão a regressar às negociações.

O chefe da diplomacia dos EUA pediu o apoio dos aliados de Washington, nomeadamente os europeus, apesar de ter advertido que as empresas europeias que negociarem com Teerão nas áreas interditas pelas sanções norte-americanas "serão responsabilizadas".

O governante disse compreender que a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de sair do acordo nuclear "vai representar dificuldades financeiras e económicas para uma série de [países] amigos" de Washington.

"Eu sei que os nossos aliados na Europa podem tentar manter o antigo acordo nuclear com Teerão. Isso é uma decisão deles. Eles sabem qual é a nossa posição", comentou.

Na lista das exigências norte-americanas constam medidas que dificilmente serão cumpridas por Teerão.

Washington quer que o enriquecimento de urânio pare por completo, quando foi autorizado, com fortes limitações, no acordo de 2015.

O Irão também deve permitir "acesso desqualificado a todos os locais no país", disse Pompeo, aludindo a sítios militares que estavam excluídos do acordo em vigor, exceto sob circunstâncias específicas.

Além disso, o Governo norte-americano quer que o Irão declare todas as tentativas antigas de construir uma arma nuclear, reabrindo um tema que a Agência Internacional de Energia Atómica, um organismo das Nações Unidas, já tinha declarado como encerrado.

Pompeo também exigiu que o Irão suspenda uma série de ações no Médio Oriente que há muito motivam a ira dos EUA e aliados, reclamando o fim do apoio aos rebeldes houtis xiitas no Iémen e ao Hezbollah, a retirada de "todas as forças" da Síria e o fim das ameaças a Israel.

O Irão também deve "libertar todos os cidadãos norte-americanos" desaparecidos no Irão ou detidos por "acusações falsas", disse.

Ao mesmo tempo, Washington oferece uma série de eventuais concessões a Teerão, caso concorde em realizar "mudanças profundas".

Sob um novo acordo, os Estados Unidos estariam dispostos a levantar todas as sanções, restaurar os laços diplomáticos e comerciais com o Irão, e até apoiar a modernização da economia iraniana.

"É o desejo da América que os nossos esforços para a paz e segurança tragam resultados para o povo do Irão, que sofre há muito", declarou Pompeo.

Donald Trump anunciou no início do mês a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha.

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