Madrid vê "provocação" na nomeação de detidos e exilados na Catalunha
O Governo de Espanha qualificou hoje de "provocação" as nomeações feitas pelo presidente do governo regional da Catalunha de quatro conselheiros, uns detidos outros exilados, e assegurou que vai avaliar "a viabilidade" do novo executivo regional.
© Reuters
Mundo Reação
O novo presidente do governo regional catalão, o independentista Quim Torra, formou hoje um governo regional que inclui Jordi Turull e Josep Rull, detidos, e Antoni Comín e Lluís Puig, fugidos na Bélgica.
Em comunicado, o Governo espanhol afirma que as nomeações mostram que "não é sincera" a vontade de diálogo manifestada na carta que Torra enviou na sexta-feira ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy.
"Ontem [sexta-feira], o senhor Torra quis encenar uma vontade de diálogo que durou menos de 24 horas, uma vez que a sua proposta para os novos conselheiros [ministros do governo regional] é uma nova provocação", afirma o comunicado.
"Através do Secretariado, que é o único órgão competente para autorizar a publicação do decreto de nomeação proposto, [o Governo] vai analisar a viabilidade do novo Governo [governo regional catalão] anunciado, dadas as circunstâncias pessoais de alguns dos designados", acrescenta.
A formação do executivo regional pode ser bloqueada pelo Governo espanhol, que mantém a tutela sobre a Catalunha, imposta após a declaração de independência de 27 de outubro de 2017.
Cabe a Madrid ordenar a publicação da composição do governo regional no diário oficial, indispensável à entrada em funções do executivo.
Mariano Rajoy já tinha advertido que exigiria o respeito da lei e não admitia a possibilidade de serem nomeados políticos detidos ou fugidos à justiça espanhola no estrangeiro.
Jordi Turull e Josep Rull, detidos, e Antoni Comín e Lluís Puig, são, como o presidente catalão destituído Carles Puigdemont, acusados de rebelião pelo seu papel na tentativa de secessão de 27 de outubro.
Quim Torra tomou posse como chefe do governo catalão na quinta-feira em Barcelona sem jurar respeitar a Constituição espanhola, mas apenas "a vontade do povo catalão", numa cerimónia à qual não assistiu qualquer representante do Governo central.
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