Ex-embaixador luso na Coreia confia mais em Kim do que em Trump
O ex-embaixador de Portugal na Coreia do Norte José Duarte de Jesus manifestou hoje mais confiança na política externa de Kim Jong-un do que na norte-americana e está convencido que negociar é melhor solução do que a via militar.
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Mundo José Duarte de Jesus
A propósito do lançamento do livro 'Coreia do Norte: a última dinastia Kim' (Edições 70)", que vai hoje para as bancas, José Duarte de Jesus disse à agência Lusa acreditar que Kim Jong-un "está efetivamente interessado em negociar com os Estados Unidos e em abrir o seu país".
"Tenho mais confiança na política externa de Kim Jong-un do que na do presidente Donald Trump", disse, referindo que a presidência Trump veio agravar o nível de perigo que esta zona do globo representa.
"São os próprios analistas norte-americanos que escolheram como slogan do Trump ´quanto pior, melhor`", acrescentou.
Numa altura em que a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump, marcada para dia 12 de junho, está em risco, o embaixador diz não entender "a falta de bom senso das manobras militares na costa", que os Estados Unidos estarão a realizar.
"Dado o que fez no Irão e as manobras que tem realizado, ou o presidente Trump tem uma estratégia que não entendo ou, pior ainda, não tem estratégia nenhuma", adiantou.
Para o diplomata, estas são horas "muito perigosas".
José Duarte de Jesus espera que a Europa mantenha o seu papel e sublinhou que, "até agora, esta deu alguma distância de segurança em relação à política norte-americana".
"A política Trump é, inclusive, contra os seus aliados", adiantou.
"Coreia do Norte: a última dinastia Kim" faz uma análise da atual Coreia do Norte, a partir da perspetiva do autor, recorrendo um pouco a um passado mais longínquo para definir os valores fundamentais em causa, enquanto país com uma cultura milenar de raiz chinesa.
É o próprio autor que chama a atenção para o facto de "a memória histórica dos políticos" ser "relativamente curta".
O livro aborda ainda o "relacionamento especialmente amistoso" que Portugal chegou a ter com este que é considerado o país mais hermético do mundo.
"Devíamos ser o único país da União Europeia com quem eles tinham relações, e relações boas", afirma o diplomata.
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