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ONU alerta para cenário alarmante na província de Idleb

O cenário em Idleb, no noroeste da Síria, é potencialmente alarmante ao nível da destruição e de vítimas, alertou hoje o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, diante do Conselho de Segurança.

ONU alerta para cenário alarmante na província de Idleb
Notícias ao Minuto

19:43 - 16/05/18 por Lusa

Mundo Enviado especial

"Se o cenário de Ghouta [enclave da oposição síria perto de Damasco que esteve sitiado vários anos pelas forças governamentais] se repete em Idleb, poderá ser seis vezes pior", disse o veterano diplomata italo-sueco.

Segundo o representante, Idleb está a enfrentar um cenário que já se tornou uma constante no conflito sírio, ou seja, a zona é afetada por bombardeamentos, depois passa por negociações e posteriormente por evacuações em massa.

Mas em Idleb, alertou o enviado especial diante do Conselho de Segurança das Nações Unidas, estão "2,3 milhões de pessoas, metade das quais são já deslocados, que não têm para onde ir".

Na mesma intervenção, Staffan de Mistura disse sentir-se "encorajado" pelas "conversas construtivas" mantidas na terça-feira em Astana, capital do Cazaquistão, sobre as medidas preventivas para "evitar um cenário pior em Idleb".

Apesar desta declaração do enviado especial, a nova ronda de conversações sobre a paz na Síria, sob a égide das Nações Unidas, não alcançou qualquer progresso significativo para o processo de resolução deste conflito, que dura desde 2011.

Numa declaração final, os três países promotores destas negociações - Rússia, Irão e Turquia - anunciaram uma próxima reunião para julho na cidade russa de Sotchi. Os representantes dos rebeldes sírios indicaram, entretanto, que não têm qualquer intenção de participar na próxima ronda.

As negociações de Astana, iniciadas em janeiro de 2017 sem o envolvimento dos Estados Unidos, conseguiram reunir representantes de Damasco e elementos da oposição síria. Ainda que tenha conseguido, em certas alturas, um ligeiro desagravamento da violência, o processo negocial não conduziu a progressos concretos no sentido de um acordo político.

O vice-embaixador da Rússia junto da ONU, Dimitri Polyanski, declarou hoje, durante esta reunião mensal do Conselho de Segurança dedicada ao conflito sírio, de que "a solução é simples: restabelecer a soberania de Damasco sobre os seus territórios".

"Se não podem ou não nos querem ajudar a resolver o problema, então pelo menos não nos incomodem", afirmou o representante diplomático russo, numa intervenção dirigida aos Estados Unidos.

Pouco antes do início da reunião, e ainda a propósito das negociações de paz, o embaixador da Holanda junto da ONU, Karel Van Oosterom, disse, em declarações à imprensa, que o principal problema neste momento é a falta de um verdadeiro empenho por parte de Damasco nas conversações.

"O elemento chave é o facto de o governo sírio não estar envolvido" nas negociações, prosseguiu o embaixador holandês, precisando que este dado foi transmitido pelo próprio Staffan de Mistura durante uma recente reunião informal com os países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A Síria, que entrou no oitavo ano de guerra, vive um drama humanitário perante um conflito que já fez pelo menos 511 mil mortos, incluindo 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

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