Meteorologia

  • 17 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 12º MÁX 21º

Diálogo EUA-China sobre disputas comerciais está a "correr bem"

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, deu hoje um sinal positivo sobre as negociações a decorrer com as autoridades chinesas, visando reduzir as tensões entre as duas potências em torno de disputas comerciais.

Diálogo EUA-China sobre disputas comerciais está a "correr bem"
Notícias ao Minuto

05:53 - 04/05/18 por Lusa

Mundo Secretário

"As conversas estão a correr bem", afirmou Mnuchin, num breve comentário aos jornalistas, entre reuniões com responsáveis chineses, que estão a decorrer em Pequim.

Analistas consideram ser difícil China e EUA chegarem a um consenso, tendo em conta a forte incompatibilidade entre as estratégias de ambos para o setor tecnológico, no qual Pequim ambiciona competir com Washington.

As autoridades chinesas não informaram ainda sobre os detalhes das negociações, mas uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros disse na quinta-feira que o diálogo deve ter como base o respeito e benefício mútuos.

O jornal oficial China Daily lembra na edição de hoje que é normal que existam diferenças entre os EUA e a China em torno de questões comerciais, mas que os recentes "ataques mostram o quão acesas se tornaram as disputas e o quão difícil será para os dois lados ficarem satisfeitos".

Um acordo será apenas possível se os "dois lados tiveram expetativas realistas", acrescentou o jornal.

Na raiz desta disputa está o plano de Pequim, designado "Made in China 2025", para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos setores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

A China fabrica 90% dos telemóveis e 80% dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro.

Washington queixa-se de que as autoridades chinesas estão a subsidiar empresas locais e a protege-las da concorrência, enquanto forçam firmas estrangeiras a partilhar tecnologia com potenciais futuros rivais chineses, em troca de acesso ao mercado do país.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, quer reduzir em 100.000 milhões de dólares o deficit na balança comercial com a China e exige que Pequim garanta uma melhor proteção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas.

As negociações ocorrem a poucos dias do fim do período de apreciação das taxas alfandegárias propostas por Washington sobre um total de 1.300 produtos chineses de vários setores, incluindo aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica.

Aquela medida afetará, no conjunto, 50.000 milhões de dólares nas exportações chinesas para os EUA.

Em retaliação, Pequim ameaçou subir as taxas alfandegárias sobre uma lista de produtos norte-americanos, cujas exportações para a China se fixaram, no ano passado, no mesmo valor.

O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, escreve em editorial, na quinta-feira, que é "um direito soberano da China desenvolver a sua própria indústria de alta tecnologia, que está ligada ao rejuvenescimento da nação chinesa, e não será abandonada devido a pressões externas".

A delegação norte-americana inclui ainda o secretário do Comércio, Wilbur Ross, o representante comercial da Casa Branca, Robert Lighthizer, e o assessor económico máximo de Trump, Larry Kudlow.

Do lado chinês, as discussões são lideradas pelo vice-primeiro-ministro Liu He, principal encarregado da política económica e financeira do país asiático e visto como próximo do Presidente da China, Xi Jinping.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório