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Israel diz ter provas de que Irão violou acordo nuclear

"Esta noite, estou aqui para vos dizer uma coisa: O Irão mentiu". Telavive afirma ter em sua posse "cópias exatas" do arquivo nuclear iraniano.

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Pedro Bastos Reis
30/04/2018 18:23 ‧ há 7 anos por Pedro Bastos Reis

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusa o Irão de ter um programa nuclear secreto, apesar do acordo em vigor, desde 2015, com os Estados Unidos, parceiros da União Europeia, China e Rússia.

"Os líderes iranianos têm negado repetidamente que têm procurado ter armas nucleares. Esta noite, estou aqui para vos dizer uma coisa: O Irão mentiu", disse primeiro-ministro israelita numa conferência de imprensa.

Netanyahu diz que Israel pode revelar "provas novas e conclusivas" de que Teerão tem escondido a sua atividade nuclear. Nesta linha de acusação, o primeiro-ministro israelita diz que o Irão, depois de assinar o acordo com os parceiros internacionais, mudou os documentos sobre armamento nuclear para uma localização secreta. 

"Depois de assinar o acordo nuclear em 2015, o Irão intensificou os seus esforços para esconder os seus documentos secretos. Em 2017, o Irão mudou os seus documentos sobre armas nucleares para uma localização secreta em Teerão", acusou Netanyahu. "Estes documentos provam, conclusivamente, que o Irão estava a mentir descaradamente quando disse que nunca teve um programa de armas nucleares", disse Netanyahu.

O primeiro-ministro israelita, que fez uma longa apresentação (como pode ver na galeria) para os jornalistas, diz mesmo que tem em sua posse "cópias exatas" dos arquivos nucleares iranianos, referindo-se a cerca de 55 mil páginas, sendo que essa informação já foi partilhada com os serviços secretos norte-americanos. 

As revelações de Netanyahu menos de 24 horas depois de um ataque a bases militares na Síria, que causou pelo menos 26 mortos. As vítimas são iranianos que estavam na Síria a apoiar o regime de Bashar al-Assad na guerra que já dura há mais de sete anos. 

Damasco atribui, de imediato, a responsabilidade do ataque a Israel, que não confirmou nem desmentiu tal acusação. Telavive tem atacado vários alvos na Síria - este será o quinto desde setembro -, com vista a limitar a influência iraniana na Síria, assim como a capacidade de regime de Teerão atacar o estado judaico a partir do país vizinho. Para além disso, Israel teme também os ataques do Hezbollah libanês, com quem já travou várias guerras, que também está na Síria a apoiar Assad e recebe ajuda das milícias iranianos. 

Acordo em risco?

O documento assinado em 2015, quando Barack Obama ainda liderava os Estados Unidos, estipulou que, em troca do levantamento das sanções internacionais, o Irão comprometia-se a diminuir o número das suas centrifugadoras que permitem enriquecer urânio. O objetivo era impedir que Teerão produzisse quantidades de urânio suficientes que lhe permitissem chegar a uma bomba nuclear, um objetivo que sempre foi negado pelo regime iraniano. 

Devido à elevada tensão existente entre o Irão e os Estados Unidos, que data de 1979 quando os ayatollahs chegaram ao poder, a assinatura deste acordo foi considerado um enorme feito na política internacional. À exceção da Arábia Saudita - sunita e grande rival na região do Irão xiita - e de Israel, a comunidade internacional estava unida nesta matéria. 

Tudo mudou quando Donald Trump chegou à Casa Branca. O presidente norte-americano considera que o feito histórico de 2015 é "o pior acordo de sempre" e por várias vezes demonstrou a intenção de o rasgar. Não o fez em janeiro deste ano, mas garantiu que da próxima vez não o iria retificar.

A próxima vez é já no próximo dia 12 de maio. Com a data cada vez mais próxima, Emmanuel Macron e Angela Merkel rumaram a Washington para tentar convencer Trump a manter o acordo. Apesar de reconhecer algumas falhas no documento e de dar como adquirido que Teerão nunca terá permissão possuir armas nucleares, Macron empenhou-se na árdua missão de convencer Trump, falando mesmo num "novo acordo"

Perante a possibilidade de o documento ser rasgado, o Irão já avisou das consequências que podem surgir. O líder da organização de energia atómica iraniana, Ali Akbar Salehi, citado pela Reuters, garante que o seu país está preparado para voltar a produzir urânio, inclusive a um nível superior ao que estava ao dispor de Teerão em 2015. 

Os líderes iranianos negam as pretensões nucleares de que são acusados e apontam o dedo aos Estados Unidos, à Arábia Saudita e a Israel por estarem a gerar "instabilidade e guerra" na tensa região do Médio Oriente. 

 

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