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Acordo entre Coreias é um "primeiro passo", mas falta conhecer detalhes

O especialista em temas asiáticos, Luís Mah, saudou hoje o acordo anunciado entre as duas Coreias, declarando que se trata de um primeiro passo para a paz, mas sublinhou que falta conhecer os detalhes.

Acordo entre Coreias é um "primeiro passo", mas falta conhecer detalhes
Notícias ao Minuto

14:42 - 27/04/18 por Lusa

Mundo Especialista

"A questão é saber o que a Coreia do Norte vai estar disposta a fazer", adiantou o investigador do CEsA - Centro de Estudos sobre África, Ásia e América do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa.

Luís Mah destacou que os detalhes sobre o acordo "não estão claros", mas acrescentou que tal não era expectável, já que esta declaração surge no âmbito de um primeiro encontro entre dois presidentes, que não se conheciam.

"É um caminho que está a ser feito", sublinhou, notando que a declaração supõe a continuidade das negociações a nível trilateral (com os Estados Unidos) e quadrilateral (com a China).

O professor universitário afirmou que "é preciso dar oportunidade de construir a paz" numa nação que está dividida desde o final da guerra da Coreia, em 1953, uma situação que considerou "anacrónica" e construída pelas potências da altura, em pleno período da guerra fria.

As negociações vão centrar-se em três grandes temas: o fim do armistício e caminho para um acordo de paz, a desnuclearização da Coreia do Norte e a intensificação e cooperação entre os dois países, princípios semelhantes a um acordo anterior que tinha sido estabelecido em 2007, sob a liderança do Presidente sul-coreano da altura, Roh Moo-Hyun, e de Kim Jong-il, pai do atual líder norte-coreano Kim Jong-un, mas que não chegou a avançar.

Segundo Luís Mah, após esse acordo, seguiram-se duas presidências conservadoras sul-coreanas e uma década marcada "por uma certa crispação e tensão com a Coreia do Norte" e o processo que devia ter sido desenvolvido após essa segunda cimeira ficou pendente.

O investigador do ISEG considera que o atual presidente sul-coreano Moon Jae-in, que era, em 2007, chefe de gabinete de Roh Moo-hyun e é "muito sensível" aos temas da segurança, "é o ator ideal para fazer este caminho de construção da confiança com a Coreia do Norte, um caminho da paz e de negociações com Kim Jong-un".

Frisou ainda que também os Estados Unidos querem "claramente um caminho da desnuclearização" e considerou que se as relações entre Pyongyang e Washington se apaziguarem isso terá igualmente efeitos na relação entre Pequim e Washington, pelo menos a nível político e diplomático.

Os líderes das duas Coreias, Kim Jong-un e Moon Jae-in, acordaram hoje tomar medidas para a "completa desnuclearização" da península coreana e para acabar com a guerra, durante a histórica cimeira realizada na fronteira entre os dois países.

"O Sul e o Norte confirmaram a sua meta comum de conseguir uma península livre de armas nucleares através da completa desnuclearização", refere a declaração conjunta, assinada por ambos os líderes no final da cimeira.

O Presidente da Coreia do Sul anunciou ainda que vai visitar a Coreia do Norte no outono deste ano.

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