'Quais são as drogas mais viciantes do planeta?' A questão pode parecer simples, mas a resposta depende do interlocutor.

Pode ter em consideração o mal que causa, o valor de mercado da droga, o efeito que tem na mente ou ainda ter em consideração os níveis de prazer das pessoas que a consomem.

Mais ainda a resposta pode ter em conta, os sintomas que a abstinência provocará e a facilidade e a rapidez com que os indivíduos ficam viciados.

Entenda como as cinco substâncias mais aditivas do mundo afetam o seu cérebro. O professor Eric Bowman, da Universidade de St Andrews, no Reino Unido, explicou à publicação The Conversation o que de facto acontece.

1. Heroína

É a droga mais viciante, tendo alcançado a pontuação de três numa escala de três de dependência, num estudo recente.

A dose capaz de provocar a morte de quem a toma é apenas cinco vezes mais elevada do que a porção normalmente ingerida. O seu valor de mercado é 47 mil milhões de euros.

2. Álcool

Apesar de legal, o álcool alcançou a pontuação de 1.9. É a segunda substância mais aditiva.

O álcool tem vários efeitos prejudiciais no cérebro. Em experiências laboratoriais conduzidas em animais, aumentou-lhes os níveis de dopamina, no sistema de recompensa do cérebro entre 40 a 360 por cento – e quanto mais os animais bebiam mais os níveis de dopamina aumentavam.

Cerca de 22 por cento das pessoas que alguma vez beberam uma bebida alcoólica irão tornar-se eventualmente viciadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que dois mil milhões de pessoas tenham consumido álcool em 2002, e que mais de três mil milhões tenham falecido devido a complicações causadas pela bebida.

3. Cigarros

Quando alguém fuma a nicotina do cigarro é rapidamente absorvida pelos pulmões e reencaminhada para o cérebro.

Para Bowman a nicotina é a terceira substância do mundo que causa maior dependência.

A OMS crê que até 2030, o tabaco venha a matar mais de oito mil milhões de pessoas por ano.

4. Cocaína

A cocaína impede que os neurónios ‘desliguem’ o sinal de dopamina, o que resulta na insaciedade constante por parte do sistema de recompensa cerebral.

Nos testes realizados em roedores, os níveis de dopamina aumentaram mais três vezes do que o normal.

Estima-se que entre 14 e 20 mil milhões de indivíduos consumam esta droga no mundo inteiro – um negócio que lucra anualmente cerca de 52 mil milhões de euros.

5. Barbitúricos

Os barbitúricos abrangem um grupo de drogas que era inicialmente usado apenas para o tratamento de patologias relacionadas com a ansiedade e com insónias.

Em doses mais reduzidas, podem provocar uma sensação de euforia, mas em quantidades mais elevadas podem ser letais, sobretudo porque suprimem e impedem a respiração.

O consumo e dependência de barbitúricos tornou-se bastante comum devido à maioria desses medicamentos ser vendida com prescrição médica.