Para quem está a tentar adquirir a rotina de treinar todas as manhãs, perder o vício de comer chocolate diariamente ou passar a praticar uma alimentação muito mais saudável a ideia de que ‘21 dias são suficientes para ganhar ou perder qualquer hábito’ parece aliciante.
Se servir para que alguém entre de facto num novo estilo de vida, que mantenha após o dito período, ótimo. Pode ser este o incentivo necessário e, de facto, foi daí que nasceu o mito. Lembra a Forbes que esta ideia surgiu do trabalho do cirurgião Maxwell Maltz que apresentou um trabalho sobre a auto-imagem. Embora não tenha dito que em 21 dias um hábito estava ganho, era nisto que queriam acreditar os seus leitores e seguidores e por isso, do mito criaram o dogma.
Pelo contrário, para se ganhar ou perder qualquer hábito importa que se passe por três fases, que não têm tempo limite.
A primeira, é a fase da lua de mel, em que se acredita que vai ser fácil, com base em algo que nos inspira. Da inspiração vem o foco que por sua vez trás resultados, que levam a um maior foco.
Passado o momento de inspiração total, segue-se a fase da realidade, que se sobrepõe à fantasia de que tudo é um mar de rosas. Para que não desista na segunda fase, importa tomar consciência do porquê que o levou até ali. Pense porque decidiu adotar este novo hábito e pense no resultado por que irá passar caso desista.
Por fim, a terceira fase do processo chega quando momentos de pensamentos negativos se misturam com outros que provam que chegar até ali foi uma vitória. Enquanto nas duas primeiras fases está mais focado, aqui a vida interceta o caminho, provando que, para manter o hábito (seja deixar de fumar, comer melhor ou agir de qualquer outra forma) irá deparar-se com situações fora da rotina como as férias ou momentos em que estará sozinho, por exemplo.
As fases não são simples, mas também não o é perder ou ganhar um novo hábito, contudo, independentemente do tempo que se leva, é um feito que vale a pena e prova que há força de vontade interior para atingir qualquer objetivo.
