Um grupo de investigadores da Universidade Brigham Young, no Utah, nos Estados Unidos, resolveu investigar se existe uma correlação entre sofrer de depressão e potenciais interferências na memória desses indivíduos.

A chamada interferência cognitiva ocorre quando alguém é incapaz de absorver nova informação, devido a memórias ou pensamentos passados.

Os professores Donald Shelton e Brock Kirwan, do departamento de psicologia dessa universidade, realizaram um teste num universo de 98 adultos de forma a poderem observar o fenómeno.

Os participantes também preencheram questionários que avaliavam os seus níveis de depressão e de ansiedade, a qualidade do sono e a quantidade de exercício físico que praticavam. Os investigadores detetaram que aqueles que estavam mais deprimidos estavam por sua vez mais propensos a alcançar resultados mais baixos nos testes.

Esses testes consistiam em apresentar aos participantes uma série de objetos num ecrã de computador, uns eram familiares outros não.

Os voluntários com índices mais elevados de depressão mostraram maior dificuldade em diferenciar objetos com caraterísticas semelhantes.

Todavia, isso não significa que os indivíduos sofram de amnésia, mas sim que, devido à sua saúde mental estar afetada, a memória se torna mais transiente.

"Há duas áreas do nosso cérebro nas quais crescem novos células cerebrais", explicou Kirwan.

"Uma delas é o hipocampo, que está relacionado com a memória, e o seu crescimento é afetado e significativamente diminuto em casos de depressão".

Um outro estudo conduzido pela Universidade de Illinois, concluiu que as pessoas que conseguem suprimir emoções negativas, conseguem também reduzir o impacto de memórias negativas.

Os investigadores esperam que os resultados recolhidos possam contribuir para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes no tratamento da depressão.