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Da nostalgia à arquitetura, o que inspirou a 50.ª edição da ModaLisboa?

Na edição que marca 50 momentos de ModaLisboa, fomos saber em que se basearam os criadores nacionais para assinalar esta importante data.

Da nostalgia à arquitetura, o que inspirou a 50.ª edição da ModaLisboa?
Notícias ao Minuto

08:15 - 13/03/18 por Mariana Botelho

Lifestyle Moda

Descem as luzes e desliga-se a música. Em vez de modelos, na passerelle que aguarda a coleção de Nuno Gama, entram caretos de Podence, de Trás-os-Montes. Após a breve interpretação, ao som dos chocalhos, seguiu-se a coleção através da qual o criador revisitou todo o seu trabalho, para uma retrospetiva destes 25 anos - 50 edições - que compõem a história da ModaLisboa.

A terminar em grande, os modelos estáticos ao longo da passerelle, com os braços em cruz, complementaram a interpretação de ‘Homem do Leme’, de Xutos e Pontapés – uma homenagem que ‘é obrigação de todos nós’, como referiu à Lusa. A ModaLisboa ia a meio e o público não tinha dúvidas: este seria um dos momentos que mais iria marcar a edição número 50.

Ao Lifestyle ao Minuto, Nuno Gama lembrou que em 2011 já tinha homenageado os caretos numa das suas coleções, mas não tinha mexido nas Capas de Honra, peça que por sua vez lhe fazia lembrar a sua coleção de 1987, com camisas de recorte, que refez novamente para a coleção deste Outono/Inverno. Em suma, Nuno Gama inspirou-se no seu próprio trabalho ao longo dos 25 anos de história deste que é um dos maiores eventos de moda nacional.

Também Filipe Faísca se inspirou no seu próprio trabalho. Em entrevista ao Vozes ao Minuto, dias antes de a ModaLisboa ter lugar, o designer desvendou um pouco a coleção agora apresentada, adiantando-nos que, a par dos bordados da Madeira, outras referências ao artesanato seriam novamente homenageados como as Mantas de Papa e os casacos em bege que já havia apresentado em coleções passadas. Sexto sentido resume assim o melhor que Filipe Faísca retira de si próprio e do seu trabalho.

Um exercício a que Ricardo Preto também aderiu com Self-Possesion, a coleção que revistou os 12 anos que soma enquanto designer de moda e que é “cheia de si própria”, não fosse o trabalho deste criador uma constante sofisticação da mulher, sempre sem esforço. Para a 50.ª edição da ModaLisboa foi escolhido a dedo o que melhor resultou e melhor define Ricardo Preto.

A ligação à cidade

Num registo mais afastado do seu próprio trabalho, mas ainda assim emocional, Valentim Quaresma optou por criar uma coleção que teve como ponto de partida a sua ligação a Lisboa, as suas raízes na cidade. Uma ideia que pessoaliza, mas que parte do poema ‘Raízes’ de Gilda Nunes Barata, um trabalho que deu nome à coleção em tons de preto e bronze e que deixa assim espreitar a capital aos olhos do criador.

E se em Valentim Quaresma existiu esta referência sentimental à cidade, para Luís Carvalho a inspiração foi bem mais física e partiu das fachadas dos prédios das grandes cidades, que não especifica, mas generaliza, como a arquitetura típica dos prédios das metrópoles. “Lá, encontrei camufladas algumas texturas e padrões de animais, aí numa visão mais abstrata que tentei passar para os materiais que usei”, explicou ao Lifestyle ao Minuto.

Com o olhar posto no presente

Para muitos, revisitar o passado foi a tendência, mas não para Ricardo Andrez que se foca nos dias de hoje, nomeadamente na geração mais jovem que “não faz ideia o que são e o que simbolizam certas marcas”, que “foram criadas para uma cultura mais underground, dos anos 80”, mas que foram apropriadas por grandes marcas de luxo. Descontente com esta realidade, Ricardo Andrez criou TrustFundKids, onde explorou esta sua visão sob a forma de sátira.

Outro criador que passou uma mensagem através das suas peças foi Dino Alves. O designer marcou o evento com uma ‘performance’ que começou com a equipa de limpeza a tirar os sacos do lixo da passerelle e a desmontar as estruturas. Entre esta confusão, as modelos desfilaram naturalmente, e daí nasceu o contraste entre a vida real e ‘A outra’ verdade, aquela mais visual. “Hoje em dia as pessoas tentam passar uma imagem que não é a real e este momento serviu para mostrar que existe uma vida por trás de um desfile”, sublinhou, admitindo que lhe faz confusão que “as pessoas se submetam a uma ditadura da perfeição”, daí as frases ‘I’m not perfect, but i’m free’, que se viram em algumas peças”.

Por fim, também Kolovrat não fugiu do agora. Para o seu trabalho, outra coisa não faria sentido que não seguir a intuição. ‘Shape Shift’ nasce assim do que sentiu no momento, fosse ou não algo esperado. A referência à família nos prints que repetiu em sobretudos, lenços e camisas, fazem prova desta base intuitiva e de emoção quase crua, de tão simples que é.

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