Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
23º
MIN 15º MÁX 23º

Debate sem fim: Afinal, antidepressivos funcionam

Cientistas dizem que chegaram a uma conclusão sobre um tema que é alvo de um dos maiores debates da medicina – os antidepressivos são ou não eficazes?

Debate sem fim: Afinal, antidepressivos funcionam
Notícias ao Minuto

09:30 - 26/02/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Medicina

Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirma que esse tipo de droga é, de facto, eficiente no combate à depressão.

A pesquisa considerou 522 testes clínicos envolvendo tratamentos de curto prazo de depressão em adultos. Mais de 116 mil pacientes foram analisados.

Segundo os investigadores, todos os 21 antidepressivos usados revelaram ser significativamente mais eficazes na redução de sintomas da doença que os comprimidos placebo administrados, também usados nos testes. O estudo foi divulgado na publicação médica The Lancet.

Mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão. No Reino Unido, a prescrição de antidepressivos dobrou em dez anos, passando de 31 milhões em 2006 para 64 milhões em 2016.

Em Portugal, especialistas têm estimado que a depressão possa afetar anualmente cerca de 400 mil pessoas.

Há muito que a comunidade médica e científica se debatia sobre a eficiência de medicamentos usados para combater essa patologia, com alguns testes indicando que os antidepressivos teriam possivelmente os mesmos resultados que placebos.

O Royal College of Psychiatrists, a principal organização de psiquiatras no Reino Unido, disse que o estudo "finalmente coloca um ponto final na controvérsia sobre antidepressivos".

"Essa pesquisa mostra claramente que essas drogas funcionam para melhorar o humor e ajudar pessoas com depressão", disse o psiquiatra Carmine Pariante, um dos dirigentes da instituição.

"Esse estudo dá uma resposta final à longa controvérsia sobre antidepressivos funcionarem ou não para a depressão. Nós percebemos que os antidepressivos mais comummente prescritos funcionam para depressão moderada a severa", afirmou a pesquisadora Andrea Cipriani, da Universidade de Oxford, que liderou o estudo.

Porém, a qualidade dos antidepressivos varia bastante, dizem os pesquisadores. Enquanto algumas drogas se mostraram, cerca de um terço, mais eficazes que placebos, outras são duas vezes mais bem-sucedidas (veja mais abaixo a lista dos antidepressivos mais e menos eficazes).

'Evidência forte'

Os autores do estudo dizem que as descobertas podem ajudar os médicos a escolher a melhor prescrição para os seus pacientes.

Eles sublinharam, contudo, que as pessoas não devem usar a pesquisa como base para simplesmente trocar de imediato sua medicação.

Isso porque o estudo detetou o efeito que as drogas tiveram, em média, na população analisada - ou seja, não entrou em detalhes sobre como o medicamento afeta os indivíduos de diferentes idades, géneros, gravidade dos sintomas e outras características.

Assim, embora um tipo de antidepressivo possa ser classificado como tendo, em média, menos eficácia, ele pode ter bons resultados num grupo específico de pacientes - mais jovens e com gravidade moderada, por exemplo.

Os cientistas destacam ainda que a pesquisa abrangeu oito semanas de tratamento. Por isso, algumas descobertas não se aplicam ao uso dos remédios a longo prazo.

Eles também salientam que os resultados do estudo não significam que antidepressivos devem ser a primeira opção de tratamento para a condição. "Medicamentos devem ser sempre considerados em conjunto com outras opções, como tratamentos psicológicos", diz Cipriani.

Glyn Lewis, professor de psiquiatria epidemiológica da University College London, disse que o estudo traz "evidências fortes" da eficácia dos antidepressivos.

"Os antidepressivos costumam ser vistos negativamente pela comunicação social, mas esta investigação revela que têm de facto um papel fundamental no tratamento da depressão".

Avaliação dos medicamentos, segundo a pesquisa:

Mais eficazes

- Agomelatina

- Amitriptilina

- Escitalopram

- Mirtazapina

- Paroxetina

Menos eficazes

- Fluoxetina

- Fluvoxamina

- Reboxetina

- Trazodona

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório