Cancro nos ovários. A culpa pode ser do pai

Uma equipa de cientistas norte-americanos crê ter identificado um gene mutante que é herdado do progenitor masculino e que contribui para o aparecimento de cancro nos ovários, seis anos anos antes da média.

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Liliana Lopes Monteiro
16/02/2018 15:00 ‧ 16/02/2018 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Doença

Os investigadores do Roswell Park Comprehensive Cancer Centre, em Buffalo, no estado de Nova Iorque, notaram que irmãs de mulheres com a doença apresentavam uma maior probabilidade do que a mãe de a desenvolver.

Os cientistas analisaram uma base de dados e de informação médica de várias famílias e identificaram um gene mutante transmitido via um cromossoma X masculino.

A descoberta divulgada no Journal PLOS Genetics, poderá contribuir para um rastreio mais eficaz da doença e para uma melhor avaliação do risco genético ao qual algumas mulheres estão expostas.

O professor e coordenador da investigação, Kevin Eng, disse: “O nosso estudo explica porque há famílias com mais de uma filha afetada”.

“Como os cromossomas do pai determinam o sexo de todas as crianças, todas as filhas acabam por ser portadoras do mesmo gene que advém desse cromossoma X”, acrescenta.

Gene esse que está aparte de outros, que há muito se sabia potencializarem o risco de cancro. E contribui para que a patologia cancerígena que afeta os ovários se desenvolva seis anos mais cedo do que o normal, relativamente à idade média em que costuma surgir noutras mulheres cujo pai não foi identificado como portador.

“Agora é necessário sequenciar mais famílias, para nos certificarmos de que detetamos de facto o gene correto”, explica Eng.

Apelidado de ‘assassino silencioso’, o cancro nos ovários afeta geralmente mulheres a partir dos 45 anos de idade e é considerado o quarto tipo de cancro mais mortal em todo o mundo. Esta patologia oncológica tem uma taxa de mortalidade, na ordem dos 70 por cento, devido ao diagnóstico da doença já em fase avançada.

Em Portugal, todos os anos são diagnosticados mais de 350 novos casos. 

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