Remédio da 'poeira' é capaz de combater superbactéria

Investigadores da Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, descobriram em amostras do solo, recolhidas em diferentes pontos dos Estados Unidos, uma nova família de antibióticos com potencial para combater as infeções mais difíceis de tratar.

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Liliana Lopes Monteiro
16/02/2018 09:00 ‧ 16/02/2018 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Descobertas

Testes realizados mostraram que os compostos naturais, chamados de 'malacidins', são capazes de combater uma série de doenças bacterianas, resistentes à maioria dos antibióticos, entre elas a superbactéria MRSA (sigla em inglês que se refere à ‘staphylococcus aureus’, que é resistente à meticilina, antibiótico pertencente à família da penicilina).

Os investigadores dizem que a pesquisa, divulgada na publicação científica Nature Microbiology, constitui uma nova esperança na corrida para encontrar antibióticos mais efetivos.

Doenças resistentes a remédios à venda no mercado são uma das grandes ameaças à saúde no mundo inteiro e matam cerca de 700 mil pessoas por ano. Daí a urgência na busca de novos tratamentos eficazes.

Remédio feito de 'pó'

O chão está repleto de micro-organismos vivos com potencial para produzir componentes terapêuticos, incluindo antibióticos.

Sean Brady, é o líder da equipa de investigadores da Universidade de Rockefeller, dedicados a explorar o potencial medicinal da ‘poeira’.

A equipa está a utilizar uma técnica de sequenciamento de genes para analisar mais de mil amostras de solo recolhidas em todo o território norte-americano. E já identificou a nova família de antibióticos, os 'malacidins', em muitas das amostras.

Os cientistas chegaram a testar o componente natural em roedores já contaminados com bactérias resistentes, e a infeção que eles tinham na pele foi eliminada.

Agora, os especialistas estão a trabalhar para melhorar o medicamento e torná-lo ainda mais eficiente, na esperança de que a nova família de antibióticos possa ser usada em tratamentos aplicados a seres humanos. O que ainda não é certo.

"É um longo e árduo caminho entre a descoberta inicial e o uso médico de um antibiótico", salienta Brady. Explicando que a pesquisa ainda se encontra numa fase muito inicial.

O professor Colin Garner, que pesquisa antibióticos no Reino Unido, pondera que a descoberta de novos antibióticos capazes de tratar as doenças mais resistentes é uma boa noticia, mas que não responde à demanda mais urgente e iminente.

"Estamos preocupados com as bactérias chamadas gram-negativas, que são difíceis de tratar e cuja resistência está a aumentar. Estas bactérias provocam pneumonia, infeções sanguíneas e urinárias, para além de infeções na pele. Precisamos urgentemente de novos antibióticos", observa Garner.

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