Há uma razão científica para os miúdos fugirem a sete pés dos vegetais
A aversão dos mais novos a tudo o que é verde e se põe no prato não é nova, mas há uma razão científica para isso.
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Um prato com brócolos e lá vem uma birra. Uma salada de espinafres e rúcula e mais umas quantas caras feias. Tudo o que é verde e se põe num prato é logo à partida excluído dos gostos das crianças, até mesmo quando têm apenas um ano, mas porque é que isso acontece?
Segundo vários estudos sobre esta estranha aversão dos miúdos à comida verde, a razão pode ser bem mais simples e biológica do que podemos esperar. Diz a ciência que as crianças rejeitam vegetais por uma questão de sobrevivência.
Na prática, explica a BBC, esta ‘fuga’ a tudo o que é verde começou ainda na Pré-História, quando as plantas verdes e amargas estavam à mão de semear… mas eram tóxicas e potencialmente fatais.
“[As plantas] costumavam ter um gosto relativamente amargo que, durante a nossa evolução, associamos a toxinas. E também estamos predispostos a comer coisas que têm mais gordura ou açúcar porque são uma boa fonte de calorias, e os vegetais não são”, explica à televisão britânica Jacqueline Blisset, professora da Universidade de Aston, no Reino Unido, que destaca ainda que “vemos uma rejeição aos verdes”, pois “verde é uma cor que pode indicar presença de toxinas e geralmente tem um gosto mais amargo”.
Mas as crianças não olham para os vegetais e pensam logo numa possível intoxicação. Na verdade, essa é uma ideia que pode estar na sua génese, mas a real aversão aos alimentos verdes vem mesmo da resistência do palato. Antes de completarem dois anos de vida, as crianças são mais curiosas a nível de sabores e acabam por comer alimentos menos agradáveis quando são dados por alguém em quem confiam, contudo, com o passar dos meses o palato fica mais personalizado e os alimentos amargos passam para o leque de ‘dispensáveis’.
E com as outras cores, acontece o mesmo? Nem por isso. Diz a especialista que “as cores amarela, laranja e vermelha tendem a indicar níveis mais altos de açúcar e de gosto doce. Por isso, costumam ser mais bem aceites”.
Tudo isto parece simples e linear, contudo, é ainda “difícil determinar o quanto disto se trata da evolução humana e o quanto são fatores ambientas ou até mesmo genéticos”.
Então, como devem os pais incentivar as crianças a comer vegetais que serão rejeitados? Insistindo e dando-lhes um sabor melhor, algo que se consegue com a inclusão dos vegetais em refogados e assados.
Incluir os mais novos nas compras alimentares e na confeção das refeições pode também ajudar a que se sintam mais tentados a comer.
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