Europacolon Portugal quer melhorar diagnóstico do cancro do pâncreas
A Europacolon Portugal vai realizar em 2018 um estudo a nível nacional que visa aumentar a perceção dos médicos de medicina geral e familiar sobre o cancro do pâncreas, a fim de melhorar o diagnóstico precoce da doença.
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O presidente daquela associação de apoio ao doente com cancro digestivo, Vítor Neves, explicou à Lusa que se trata do "primeiro estudo nacional destinado a compreender a sensibilização existente sobre o cancro do pâncreas".
O estudo vai decorrer entre 01 de janeiro e 31 de dezembro do próximo ano e, espera o responsável da Europacolon Portugal, "permitirá a perceção da informação dos médicos de medicina geral e familiar sobre a doença, para desenvolver e possibilitar as ferramentas necessárias para melhorar o diagnóstico precoce do cancro do pâncreas" no país.
"Só os doentes diagnosticados a tempo de uma intervenção cirúrgica têm hipóteses de viver cinco ou mais anos, comparativamente com a média de sobrevida, de cerca de quatro meses, dos doentes com um diagnóstico tardio", explicou Vítor Neves.
O projeto 'Deteção precoce do cancro pancreático', premiado internacionalmente nos 2017 ImpactPanc Awards, "visa estudar a consciencialização e necessidades dos médicos de medicina geral e familiar nesta doença", desenvolvendo uma "sensibilização e encaminhamento mais eficaz dos doentes com possíveis sintomas de cancro do pâncreas".
"É expectável que daqui por dez anos, ou nem tanto, passe a ser a quarta causa de morte a nível mundial, havendo atualmente 330 mil no mundo, 100 mil na Europa e 1.300 em Portugal", descreveu Vítor Neves, explicando que o estudo se distribuirá por três fases.
Numa primeira fase, através de um inquérito, vão ao "encontro dos 1.750 médicos de família para perceber qual a perceção que têm", seguindo-se nos respetivos "centros de saúde. e após a análise dos resultados da investigação, a promoção da sensibilização dos profissionais de saúde para a doença e fatores de risco e para a sintomatologia" antes de, no último trimestre, ser feita a "reavaliação do trabalho para perceber se a sensibilidade e a deteção precoce ocorre".
"Queremos desmistificar a imagem que se tem em Portugal de que o cancro do pâncreas é de morte imediata", disse o presidente da associação, ciente de que a "investigação tem hoje o mesmo nível de financiamento que tinha há 40 anos", razão pela qual "não se consegue avançar na deteção dos fatores que levam à possibilidade de haver rastreio".
Observando que o cancro do pâncreas "não é fácil de detetar", caracterizou-o como uma "doença silenciosa e com sintomas vagos", o que pode levar a que o "diagnóstico se estenda para além de um tempo" que se considera "positivo e útil para o doente", com "mais e melhores opções de tratamento".
"Não foi ainda descoberto nenhum indicador que permita o rastreio do cancro do pâncreas, pelo que estas medidas junto dos médicos tornam-se urgentes de implementar", reafirmou Vítor Neves.
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