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Se tem edemas dolorosos e manchas na pele, esta notícia é para si

Estima-se que 1% da população mundial sofra de urticária crónica espontânea - uma doença com um forte impacto social e económico. O Notícias ao Minuto esteve à conversa com Célia Costa, imunoalergologista, que caracteriza a doença e aborda os tratamentos disponíveis para que estes pacientes tenham qualidade de vida.

Se tem edemas dolorosos e manchas na pele, esta notícia é para si
Notícias ao Minuto

07:00 - 22/10/17 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Urticária

Aparecimento recorrente de edemas dolorosos nas pálpebras e lábios, comichão e lesões cutâneas no corpo. Este é o quotidiano das pessoas que sofrem de urticária crónica – uma doença que afeta estimadamente 1% da população mundial. Mas, neste universo de doentes, dois terços sofrem de urticária crónica espontânea (UCE) que pode ocorrer de forma imprevisível.

De acordo com Célia Costa, imunoalergologista, se “estas manifestações cutâneas permanecerem diariamente, ou quase, por mais de seis semanas, trata-se de urticária crónica”. Por sua vez, “dizemos que se trata de urticária crónica espontânea quando a causa não é identificável porque não há nenhum fator externo que a desencadeie como o frio ou o calor, por exemplo”.

Este é o caso de Patrícia Vicente, cuja doença foi diagnosticada em 2011, tinha 36 anos. “Comecei por notar o aparecimento de manchas na pele, juntamente com angioedemas – inchaços – nos olhos, no nariz e nas orelhas. Um dia acordava e tinha uma nova parte do corpo inchada”, explica.

Perante as circunstâncias, “decidi recorrer ao médico de família que me prescreveu um anti-histamínico, mas a sua administração não se refletiu em melhoras. Portanto, fui encaminhada para a especialidade de dermatologia. Passaram seis anos até que a urticária crónica espontânea fosse diagnosticada”, recorda.

Porém, para Célia Costa, o diagnóstico desta patologia “não é difícil. Trata-se de um diagnóstico clínico. Cada lesão tem resolução menor do que 24 horas, sem deixar pigmentação, e depois aparece uma nova noutro sítio. E estas características ajudam-nos a classificar a doença e a excluir outras patologias”, indica.

Dadas as características da doença, sobretudo o facto de esta se manifestar na pele, “a urticária crónica espontânea tem um impacto muito grande em questões sociais e económicas. Por norma, o doente tende a isolar-se por vergonha e até a sociedade, desconhecendo a patologia, ao ver as manifestações afasta-se”.

Por isso, torna-se imperioso o apoio de quem está próximo, nomeadamente pais, amigos, familiares e colegas de trabalho. De acordo com os dados divulgados pelo estudo ‘Rede UC – Desafios e rede do apoio do doente na gestão da Urticária Crónica’, 61% dos pacientes de UCE veem as suas atividades diárias diretamente afetadas pela doença. Segundo os doentes, as dimensões mais afetadas são no âmbito familiar e social (62%), autoestima (54%) e motivação pessoal (54%). Em média, a rede de um doente com UCE é composta por quatro pessoas, sendo que são os cônjuges e os pais os elementos da rede que mais ajudam. No entanto, 15% dos doentes de UCE referem que não têm qualquer rede de apoio.

Tratamento em prol da melhoria da qualidade de vida

De acordo com a imunoalergologista, a primeira linha de tratamento terapêutico passa pela administração de anti-histamínicos de segunda geração não sedativos. “Caso o paciente não melhore, ou não tenha a urticária controlada ao fim de duas semanas, aumentamos a dose de anti-histamínicos até quatro comprimidos por dia”.

Ainda assim, há quadros clínicos que resistem à aplicação deste fármaco (entre 25 a 30%). É altura de passar para a segunda linha terapêutica: a prescrição de um anticorpo monoclonal humanizado, o Omalizumab. “Este medicamento tem tido uma boa resposta e eficácia nestes doentes. Melhoram significativamente e ganham qualidade de vida”, defende a médica.

A duração média da doença “varia entre três a cinco anos, mas podemos ter doentes que vivem com a patologia durante 10 ou 20 anos. Isto pode acontecer, mas nestes casos o que pretendemos é que a urticária esteja controlada", acrescenta. 

Os doentes não controlados, na opinião da especialista, “veem a sua qualidade de vida deteriorada até pelo facto de se coçarem durante a noite, o que tem implicações na qualidade e na quantidade de sono. Consequentemente, há também uma alteração na produtividade. Estes são doentes que, sem apoio, recorrem ao elevado consumo de recursos humanos porque vão à urgência até encontrarem alguém que lhes acabe com o sofrimento”.

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