"Não existe uma dieta alcalina", mas a questão do pH "não é fantochada"
Na II Conferência Internacional de Nutrição Evolutiva vai-se falar do ‘real impacto da dieta (ácida) no rim’. Desvendamos-lhe um pouco mais sobre o que é que a ciência tem a dizer sobre isto.
© iStock
Lifestyle Pedro Bastos
Esta quinta-feira, 12 de outubro, entre muitas outras coisas, a II Conferência Internacional de Nutrição Evolutiva, que se realiza em Lisboa no Hotel InterContinental, espera esclarecer a questão da dieta e do pH e do como isso pode ter um impacto na saúde.
Para isso, Lynda Frassetto, médica nefrologista, professora catedrática da Universidade da Califórnia, São Francisco, nos Estados Unidos da América, abre e fecha a conferência revelando ‘ o real impacto da dieta (ácida) no rim’.
Em entrevista com o Lifestyle ao Minuto, Pedro Carrera Bastos, investigador e responsável do Comité Organizador dos Congressos, revelou que sobre o tema do pH dos alimentos e a saúde, vê “dois lados totalmente polarizados” e não se identifica com nenhum.
“A dieta alcalina defende que se deve comer certos alimentos para alcalinizar o sangue e prevenir uma série de doenças que surgem quando fazemos uma dieta ácida. A forma como dizem isso e como depois extrapolam não está correta. Não existe uma dieta alcalina. E, claro, isso leva os críticos a dizer que isto é tudo uma ‘fantochada’, digamos assim.”
“Quem critica diz que não existe qualquer ligação entre o equilíbrio ácido-base, e isso não é verdade. E quem diz que a dieta influencia muito o equilíbrio ácido-base também não está certo, porque isso também não é verdade”, destaca.
O problema, refere, é que “esta é uma questão muito mais complexa do que qualquer um dos lados está a abordar e nós vamos trazer a Lynda Frassetto, uma pessoa que é nefrologista e professora catedrática na Universidade de São Francisco, tendo várias publicações sobre este tema, que vem esclarecer – de uma vez por todas, espero eu – qual é o papel da dieta no equilíbrio ácido-base”.
Mas, então qual é o papel da dieta no equilíbrio ácido-base? Pedro Bastos explica que “o que se sabe é que de facto o pH do sangue não diminui, ele mantém-se em níveis estáveis, porque subir muito ou descer muito não é compatível com a vida”.
No entanto, “o que as pessoas que estudam isto, como é o caso da professora Lynda Frassetto, dizem é que se nós ingerimos alimentos que têm nutrientes que na sua metabolização geram mais ácidos do que bases – e não alimentos ácidos – haveria uma tendência para o pH do sangue diminuir - o que não vai acontecer porque o nosso corpo tem mecanismos para evitar que isso aconteça. Mas são esses mecanismos que nós utilizamos que no longo prazo podem levar a problemas, como a diminuição da massa óssea e da massa muscular.”
Além disso, refere, “o facto de estar constantemente a ingerir uma dieta com resíduo ácido pode levar a que a função renal a longo prazo também se altere negativamente.”
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